ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
08.09.1999.
Aos oito dias do mês de setembro do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Clênia Maranhão, Elói
Guimarães, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Dib, Juarez Pinheiro,
Maristela Maffei, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Carlos Alberto Garcia, Cláudio
Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia,
Gilberto Batista, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro
Américo Leal, Saraí Soares, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Sexagésima
Sexta Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de
“quorum” deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Guilherme
Barbosa, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 04/99 (Processo nº 2708/99);
pelo Vereador João Dib, a Indicação nº 48/99 (Processo nº 2740/99); pelo
Vereador Paulo Brum, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 144 e 145/99
(Processos nºs 2780 e 2788/99, respectivamente); pelo Vereador Renato Guimarães,
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 12/99 (Processo nº 2713/99).
Ainda, foi apregoado o Ofício nº 487/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 28/99 (Processo nº
2859/99). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nº 483/99, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 26/99, do Vereador Hélio Corbellini, Presidente da
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos; 1775/99, do Senhor
Gilberto Chiapinotto, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal -
CEF. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao
Senhor Itibiribá Acosta, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas
de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre, que teceu
críticas à direção da Empresa Carris Portoalegrense, afirmando estar havendo
demissões irregulares de funcionários detentores de estabilidade temporária de
emprego e solicitando o acompanhamento desta Casa no referente ao assunto, de
modo a evitar a ocorrência de novas demissões. Após, nos termos do artigo 206
do Regimento, os Vereadores Cláudio Sebenelo, Luiz Braz, Reginaldo Pujol,
Clênia Maranhão, João Dib, Elói Guimarães, Hélio Corbellini e Guilherme Barbosa
manifestaram-se a respeito do tema abordado durante a Tribuna Popular. Na
ocasião, os trabalhos estiveram suspensos das quatorze horas e trinta e nove
minutos às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, nos termos regimentais.
A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento do Vereador
Antônio Losada, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Giovani Gregol, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Giovani
Gregol destacou a importância da divulgação, através da TV Câmara Municipal de
Porto Alegre, do trabalho realizado por este Legislativo. Também, historiou
dados relativos à vida pessoal e profissional do Senhor Mário Schemberg,
ressaltando o trabalho desenvolvido por Sua Senhoria no campo da Física. O Vereador
Cyro Martini, ao tecer considerações sobre os problemas existentes na área da
segurança pública em Porto Alegre, analisou iniciativa da Secretaria Municipal
dos Transportes, de permitir o embarque e desembarque, durante a madrugada, de
passageiros usuários do sistema de ônibus da Cidade. O Vereador Luiz Braz manifestou-se
contrariamente a atitudes tomadas por Vereadores da Bancada do PT durante o pronunciamento
do Senhor Itibiribá Acosta em Tribuna Popular. Também, criticou a atuação do
Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal e condenou as
demissões ocorridas na Empresa Carris Portoalegrense. A Vereadora Maristela
Maffei salientou a necessidade de que sejam promovidas melhorias no sistema de
educação pública brasileiro. Ainda, comentou manifestação realizada em Brasília
no dia vinte e seis de agosto do corrente, intitulada “Marcha dos Cem Mil” e
defendeu a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, a Vereadora Clênia Maranhão, através de
Questão de Ordem, manifestou-se acerca dos trabalhos da presente Sessão. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz, em tempo cedido pelo Vereador Eliseu
Sabino, discorreu sobre a manifestação ocorrida no dia vinte e seis de agosto
do corrente em Brasília, intitulada “Marcha dos Cem Mil”. Também, externou sua
contrariedade às políticas adotadas pelo Partido dos Trabalhadores na direção
do Poder Executivo em âmbito municipal e estadual. O Vereador Adeli Sell
analisou problemas estruturais existentes na Estação Rodoviária de Porto
Alegre, destacando o trabalho desenvolvido por diversos órgãos públicos na
busca de soluções para essas questões e afirmando que medidas visando a melhoria
dos serviços prestados por essa Estação serão tomadas pelo Poder Público em
parceria com a iniciativa privada. Na ocasião, face Questões de Ordem formuladas
pelo Vereador José Valdir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os
artigos 180 e 182 do Regimento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Gilberto Batista,
reportando-se ao tema da Tribuna Popular, manifestou-se contrariamente às
atitudes da Empresa Carris Portoalegrense no sentido de promover a demissão de
funcionários, afirmando existirem irregularidades nesse processo. Ainda, discorreu
sobre a política salarial adotada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O
Vereador João Dib pronunciou-se quanto à realização, no Largo Glênio Peres, da
Septuagésima Primeira Sessão Ordinária. Também, referiu-se à solenidade de
entrega da premiação do Concurso Anual Sioma Breitman de Fotografia e informou
ter recebido resposta a Pedido de Informações formulado por Sua Excelência,
relativo à localização de coroa alusiva ao Concurso de Miss Porto Alegre. A
seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f” do Regimento, o Senhor Presidente
concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Elói Guimarães, que comunicou a sua
desfiliação junto ao Partido Democrático Trabalhista, historiando sua
participação como militante e membro fundador desse Partido e mencionando os
motivos que levaram Sua Excelência a tomar essa decisão. Em continuidade, o
Vereador Elói Guimarães procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de Ofício
firmado por Sua Excelência, informando sua desfiliação junto ao Partido Democrático
Trabalhista. Às quinze horas e cinqüenta e dois minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta e três
minutos, constatada a existência de “quorum”. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Isaac Ainhorn lamentou a decisão tomada pelo Vereador Elói Guimarães
no sentido de deixar o Partido Democrático Trabalhista, afirmando o respeito e
admiração pela atividade parlamentar desenvolvida por esse Vereador ao longo de
sua carreira política e solicitando à Sua Excelência que reconsiderasse sua
posição. Na ocasião, o Vereador Reginaldo Pujol formulou Requerimento verbal,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão referiu-se ao pronunciamento do Vereador
Elói Guimarães, em Tempo Especial. Ainda, externou sua preocupação com a
manutenção dos direitos da criança e do adolescente, reportando-se à rebelião
ocorrida no Instituto Juvenil Masculino da Fundação Estadual do Bem Estar do
Menor – FEBEM. O Vereador Pedro Américo Leal teceu críticas às disposições
penais existentes no Estatuto da Criança e do Adolescente, propugnando por uma
revisão nas disposições de caráter infracional constantes nesse estatuto e
defendendo o estabelecimento de sanções mais severas para os delitos cometidos
por menores. O Vereador Luiz Braz discorreu sobre a decisão tomada pelo
Vereador Elói Guimarães, de deixar o Partido Democrático Trabalhista,
informando ter mantido contato com o Deputado Estadual Sérgio Zambiasi,
Presidente Estadual do Partido Trabalhista Brasileiro e registrando convite
feito por esse Deputado ao Vereador Elói Guimarães, para que ingresse no PTB. O
Vereador Hélio Corbellini manifestou sua solidariedade ao Vereador Elói Guimarães,
pela decisão tomada por Sua Excelência de desvincular-se do Partido Democrático
Trabalhista. Também, reportou-se ao pronunciamento do Vereador Pedro Américo
Leal, defendendo a importância de que sejam observadas as disposições do Estatuto
da Criança e do Adolescente. O Vereador Lauro Hagemann, ao referir-se à
desfiliação do Vereador Elói Guimarães junto ao Partido Democrático
Trabalhista, analisou dados relativos à estrutura organizacional atualmente
adotada pelas agremiações partidárias no País, destacando a necessidade de que
seja estabelecido um processo de revisão do sistema político-partidário
brasileiro. O Vereador Cláudio Sebenelo discorreu sobre a deliberação do
Vereador Elói Guimarães, de retirar-se do Partido Democrático Trabalhista,
desejando sucesso à Sua Excelência em suas futuras decisões. Ainda, teceu
considerações sobre as relações existentes entre esta Casa e o Poder Executivo,
criticando a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente dos Governos do
Município e do Estado. O Vereador Reginaldo Pujol, ao comentar a posição
adotada pelo Vereador Elói Guimarães, de deixar o Partido Democrático
Trabalhista, manifestou-se a respeito da organização interna dos partidos
políticos brasileiros, declarando haver a necessidade de uma reformulação ampla
na estrutura dessas agremiações, a fim de que o exercício da atividade política
seja a expressão de uma democracia cada vez mais forte. O Vereador Guilherme
Barbosa referiu-se à decisão do Vereador Elói Guimarães em retirar-se do Partido
Democrático Trabalhista. Também, reportou-se ao pronunciamento do Vereador
Cláudio Sebenelo, tecendo críticas às declarações prestadas por Sua Excelência
quanto à atuação e aos posicionamentos adotados pelos Senhores Prefeito
Municipal e Governador do Estado. Na oportunidade, face Questão de Ordem
formulada pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca do artigo 142, inciso VI do Regimento. Em continuidade,
constatada a existência de “quorum”, foi aprovado o Requerimento verbal do
Vereador Reginaldo Pujol, anteriormente apregoado, solicitando alteração na
ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, constatada a existência de
“quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoado Requerimento verbal do
Vereador João Motta, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia, o qual foi posteriormente retirado pelo Autor, tendo
o Vereador Luiz Braz manifestado-se a respeito. Às dezessete horas e um minuto,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete
horas e nove minutos, constatada a existência de “quorum”. Após, o Senhor
Presidente prestou informações acerca da ordem de votação da matéria a ser
apreciada, conforme acordo entre os Líderes de Bancada da Casa, e, por solicitação
do Vereador Luiz Braz, foi efetuada a leitura do teor das matérias destacadas
referentes ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97 que seriam
apreciadas durante a presente Sessão, tendo os Vereadores Carlos Alberto Garcia
e João Motta manifestado-se a respeito. Foi votada destacadamente e aprovada a
Subemenda nº 03 à Emenda nº 329 aposta ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 10/97, por trinta e um votos SIM, após ser encaminhada à votação
pelo Vereador Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu
D’Ávila, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando
Záchia, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini,
Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José
Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Saraí
Soares, Sônia Santos, Tereza Franco e Giovani Gregol, tendo o Vereador João Dib
manifestado-se a respeito da votação desta matéria. Foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 368 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
10/97, por trinta e um votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Nereu D’Ávila, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino,
Fernando Záchia, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio
Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, João
Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela
Maffei, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Saraí Soares, Sônia Santos, Tereza Franco e Giovani Gregol. Foi
votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 370 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97, por trinta votos SIM, após ser encaminhada
à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Eliseu Sabino, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,
Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio
Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela
Maffei, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Saraí Soares, Sônia Santos, Tereza Franco e Giovani Gregol. A
seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Sônia Santos,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, após ser encaminhado à votação pela Autora. Foram votadas em bloco e
rejeitadas as seguintes matérias destacadas, referentes ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97: as Emendas nºs 244, 246, 247, 248, 249, 251
e 252 e a expressão “e no parágrafo único do mesmo artigo, substitui a
expressão ‘mapa a seguir’ pela expressão ‘Anexo 11.2’”, constante na Emenda nº
287. Na oportunidade, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Reginaldo
Pujol e Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos a respeito do
processo de votação em bloco das matérias acima referidas. Foi votada destacadamente
e aprovada a Emenda nº 346 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 10/97, com exceção da parte destacada pela Vereadora Sônia Santos, referente
ao artigo 17, por dezoito votos SIM e dez votos NÃO, após ser encaminhada à
votação pelos Vereadores Sônia Santos e Hélio Corbellini, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Cyro Martini, Décio Schauren, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Motta, José
Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Reginaldo Pujol,
Renato Guimarães, Saraí Soares e Giovani Gregol e Não os Vereadores Cláudio
Sebenelo, Eliseu Sabino, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila,
Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Sônia Santos e Tereza Franco. Na ocasião, face
Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Sônia Santos, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos a respeito desta votação. Foi votada
destacadamente e aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 346 aposta ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 10/97, por vinte e oito votos SIM, após ser
encaminhada à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren,
Eliseu Sabino, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio
Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, João
Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela
Maffei, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Saraí Soares, Sônia Santos e Giovani Gregol. Na oportunidade, face
manifestações do Vereador João Motta, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos a respeito do processo de votação das matérias destacadas
atinentes ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 30 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 10/97, considerando-se prejudicada a Subemenda nº 01 a ela
aposta, por dois votos SIM e vinte e sete votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila, tendo votado Sim os Vereadores João
Bosco Vaz e João Carlos Nedel e Não os Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto
Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Gilberto
Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn,
João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz,
Maristela Maffei, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Renato Guimarães, Saraí Soares, Sônia Santos, Tereza Franco e Giovani
Gregol. Às dezoito horas e dezessete minutos, constatada a inexistência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Adeli Sell e secretariados pelos
Vereadores Adeli Sell e Isaac Ainhorn. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Passamos à
O
Sr. Itibiribá Acosta, representando o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas
de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. ITIBIRIBÁ ACOSTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, rodoviários e demais presentes, boa-tarde. A nossa entidade está
usando esta tribuna para denunciar as demissões injustas e as perseguições que
estão ocorrendo na Cia. Carris Porto-Alegrense, que é administrada pela
Administração Popular, da qual faz parte o Partido dos Trabalhadores.
Somente
neste ano de 1999 nós já contabilizamos 110 demissões, o que dá um índice de
0,50 demissões por dia. Essas demissões são injustas, muitas vezes atingindo
diretores do Sindicato, “cipeiros”, cooperativados, pessoas doentes,
funcionários com seguro de acidente de trabalho, que a Administração Popular
não vê ou não quer ver. Esse número de demissões daria setecentos e sessenta e
cinco anos de trabalhadores. São pessoas concursadas, são pessoas
não-concursadas. Quando essa administração não arruma um jeito, ela procura fazer
falcatruas com os trabalhadores da Carris. Eu tenho, aqui, um ofício que a
Luciana Genro mandou para a Presidenta da Carris, alegando que as fichas
disciplinares estavam sendo injetadas; melhor, eles estavam fazendo falcatruas
para aqueles trabalhadores serem demitidos. A Presidenta da Companhia, o PT, a
Administração Popular responderam que sim. Muitas vezes a Presidenta botou: “É
engano de digitação”, mas não perdoou, demitiu igual.
Tem
mais uma: aqui neste Ofício que a Presidenta enviou para a Luciana Genro, o
médico, que tem ética, diz que eles estão doentes. Para a Companhia também isso
não serve; os funcionários são demitidos. Eu não sei quem é essa gente que
persegue, que desemprega. Não sei por que fazem campanha pedindo paz, pedindo
mais emprego, enquanto eles fazem o contrário: despedem sem justificativa.
Cento e dez funcionários despedidos neste ano são setecentos e sessenta e cinco
anos de trabalho. São pessoas disciplinadas: fazem madrugada, fazem tudo o que
a Companhia quer? Por que são demitidos? Porque não são do Partido dos
Trabalhadores?
Chega
de injustiça! Hoje o Sindicato vem aqui para trazer esta denúncia aos Srs.
Vereadores, como eles dizem, da direita. Eu conheço o Dr. Dib. Quantas vezes eu
fui ao seu gabinete! E fui muito bem atendido e os trabalhadores também. No
tempo do PDT, do Ver. Elói Guimarães, as portas estavam sempre abertas,
enquanto que o PT, o Partido dos Trabalhadores, já botou bomba de gás
lacrimogêneo, já nos escorraçou da Prefeitura, e os nossos trabalhadores tiveram
seus olhos marcados com tudo isso.
Não
podemos mais admitir isso!
Eu
tenho ido ao Brique da Redenção, onde eles têm faixas pedindo paz, mas eles
desempregam, jogam-nos na rua como lixo. Os trabalhadores da Companhia Carris
hoje estão em agonia, estão desesperados por causa do desemprego. Não basta as
pessoas serem estáveis; é necessário ter estabilidade. Isso é constitucional.
Quem não respeita a Constituição deste País, o que é? Ele é impatriota.
Impatriota!
Aqueles
do PT estão fazendo falcatruas. Vocês sabem o que é fazer falcatruas? É ser
indecente, é ser desonesto. É isso que o Partido dos Trabalhadores vem fazendo
com quem trabalha. Eu não consigo entender quem é essa gente! Ainda falam em
ser Presidente da República.
Neste
Estado, neste Município, os rodoviários sabem o que é dor, sabem o que é
desemprego. Demitem e não pagam os direitos sociais. Aposentado na Carris não
tem direito a 40% do Fundo de Garantia. É engraçado, pois o meu patrão, o
Guerreiro, que não vale nada, paga os 40%. Eu não consigo entender essa gente.
Colocaram
na frente da Carris um bonde que custou setenta mil reais para a Companhia.
Para que criaram esse bonde? Ali seria o verdadeiro local para colocar os
escravos, porque os trabalhadores da Carris não têm direito à defesa.
Há
pessoas aqui que têm 24 a 25 anos de Companhia Carris e nunca tiveram um tipo
de indisciplina nas suas fichas, nunca foram punidos. Isso está na lei da OIT,
leis internacionais: para demitir as empresas têm que justificar.
Agora,
vou perguntar aos nobres Vereadores: de onde sai esse custo? E é por isso que a
ATP disse: é negócio da China essas
demissões na Companhia Carris, que é do conhecimento da petezada. E isso tudo quem paga é o passageiro.
Trabalho
numa linha há mais de dez anos. Conduzo o meu ônibus com o maior respeito para
com os passageiros, consciente, e a Companhia Carris inventa coisas na minha
ficha disciplinar para me demitir. Eu não consigo entender. Que pessoas são
essas? Essas pessoas gostam é de fazer cartazes, de fazer política. Mas eles
são os piores de todos!
Essa
Carris bane quem trabalha sério, bane quem carrega os passageiros todos os dias
de madrugada. E para nós rodoviários não tem dia, não tem hora, é de madrugada,
e temos que estar sempre de acordo com o perfil da empresa. Eles colocam nas
traseiras dos ônibus: “é a melhor empresa do Brasil”. Mas quem é essa gente? O
que é ser melhor empresa do Brasil? Ônibus novos? Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convido o orador a fazer parte da Mesa,
se assim o quiser.
Eu
quero informar aos presentes que as disposições aplicadas aos Srs. Vereadores
também devem ser aplicadas quando utilizada a Tribuna Popular. Este Presidente,
no momento, fez uma interpretação, considerando o espírito da Tribuna Popular e
que as pessoas que a utilizam não têm a obrigatoriedade de conhecer o Regimento
da Casa, um pequeno excesso cometido fica sob a interpretação de que havia o
desconhecimento do Regimento.
Solicito
às senhoras e aos senhores trabalhadores que façam a sua manifestação da forma
que entenderem, mas que não haja manifestação no sentido de aplausos ou vaias.
Agradeço a colaboração desses trabalhadores.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do artigo 206 do
Regimento, em nome da Bancada do PSDB.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Senhor Presidente e Senhores Vereadores;
ilustres visitantes que prestigiam a nossa Sessão; funcionários da Companhia
Carris. Recebi, no meu gabinete, a atenciosa visita da Sra. Maria Cristina
falando sobre o processo de demissão dos funcionários da Carris, cujo problema
social repercute especialmente nos cobradores, mas eu não sabia e nada me
disseram a respeito dessa denúncia feita da tribuna pelo Sr. Itibiribá Acosta.
Considero
grave essa denúncia. Sr. Presidente, V. Exa. que é advogado emérito, sabe
perfeitamente que os integrantes do CIPA, aqueles que são conselheiros das
cooperativas, aqueles que são diretores de sindicatos, aqueles que são
segurados da Carteira de Assistência de Trabalho, esses não podem ser
demitidos, exceto por falta grave. Eles têm estabilidade, e essa estabilidade
não pode ser sob nenhuma hipótese colocada em risco por causa do fenômeno
legal. Se essas denúncias são verdadeiras, indiscutivelmente não podemos
aceitar; não podemos aceitar que pessoas com estabilidade sejam excluídas do
quadro de pessoal da Carris. Parece fundamental que esta Câmara, através de sua
Comissão de Constituição e Justiça, tendo como Presidente o Ver. Elói
Guimarães, ou a Comissão de Direitos Humanos verifiquem esse tipo de problema.
Esta
Câmara deve se pôr à disposição para intermediar a situação com a Carris,
especialmente através das suas comissões especializadas. Esse é o meu
requerimento a essa Presidência. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
cumprimento o Sr. Itibiribá Acosta, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores
em Empresas de Transportes Coletivos e Urbanos de Passageiros de Porto Alegre,
pela sua coragem de vir aqui a esta tribuna para fazer essa denúncia e dizer o
que está acontecendo lá na Carris, e falar também sobre esse clima hostil que
foi formado contra os funcionários da Carris.
Ele
teve muita coragem, porque todas aquelas pessoas que se voltam para denunciar
os fatos que acontecem na Administração Popular, elas recebem as punições mais
draconianas, e temos vários exemplos disso. O Presidente tem sorte por não
pertencer à empresa que faz parte da Administração Popular, porque, se não,
certamente receberia o mesmo tratamento do “azulzinho” que, ao denunciar os
problemas que estavam acontecendo na fiscalização do trânsito em Porto Alegre,
foi imediatamente atacado por essa Administração, na tentativa de colocá-lo
para fora do serviço público, quando o que ele estava fazendo era simplesmente
defendendo o patrimônio público e a decência na administração pública.
E
o que vemos agora com a participação do Presidente do Sindicato é exatamente
esse desejo de defender a situação não apenas desses funcionários, mas de
tantos outros que poderão ter a mesma sorte dos funcionários daqui, porque, se
não é petista, se não é militante do PT, tem de ser tratado dessa forma, sendo
enxotado, colocado para fora do serviço público. Assim como aquele “azulzinho”
que resolveu fazer a denúncia, também estão sendo tratadas as pessoas que
pertencem à Carris.
Parabéns
ao Presidente do Sindicato, que teve a coragem de vir e fazer a denúncia na
nossa Câmara de Vereadores. Os Vereadores têm obrigação de fazer com que a
repercussão deste fato se dê, para que esses funcionários possam ser
defendidos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, da
mesma forma como procederam os dois oradores que me antecederam, quero
cumprimentar o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de
Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre, Sr. Itibiribá
Acosta, pela veemência do seu pronunciamento e, sobretudo, pela coragem com que
o mesmo foi encaminhado para o fórum adequado. Trouxe as suas reivindicações, o
seu protesto para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que tem que
repercutir esse pronunciamento para ser fiel ao objetivo da Tribuna Popular,
que é a integração da reivindicação popular com o Legislativo da Cidade.
Seguramente
que a Presidência e as Lideranças não deixarão de dar trâmite a esse processo
e, mais do que isso, pelos mecanismos competentes da Casa, entre os quais a
Comissão de Direitos Humanos da Casa, presidida pelo Ver. Hélio Corbellini.
Temos que persistir neste assunto, esclarecer devidamente e, diante da mínima
possibilidade de ocorrência de injustiça e de perseguição a algum servidor,
algum empregado da Cia. Carris Porto-Alegrense, temos que buscar
responsabilizar a quem deu causa a esta situação e buscar, de uma forma ou de
outra, evitar que se realize esse gesto que, se confirmado, se caracterizará
numa injustiça ao servidor público e uma perseguição política absolutamente
condenável.
Por
isso, Sr. Presidente, queremos, em nome do PFL, nos juntar àqueles que não
regatearão esforços no sentido de, se somando à vontade dos sindicalistas
presentes na Casa, hoje, esclarecer devidamente o assunto; mais do que isso,
enfrentá-lo adequadamente e, se possível, evitar injustiça que venha a se
perpetuar.
Era
isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, queria
saudar a todos os rodoviários aqui presentes, funcionários da Carris, bem como,
a intervenção do Presidente do Sindicato Sr. Itibiribá Acosta, que, mais uma
vez, se encontra nesta Casa para trazer os problemas da sua categoria, assim como
já esteve presente em outros momentos, em outras lutas justas dos segmentos os
quais o Sindicato representa. Também tive a oportunidade de ouvir a Presidente
da Carris que esteve aqui na Câmara, aliás, estando silenciada das outras
empresas, dos outros órgãos da Prefeitura, dando a sua versão sobre esse fato,
o que considerei uma ação positiva.
Mas,
hoje, surgiram novos questionamentos e novas denúncias que são extremamente
graves como, por exemplo, a demissão de pessoas que, pela sua condição de
sindicalistas e participarem do SIMPA, em outras circunstâncias, não poderiam
estar sendo demitidas. É obrigação desta Casa, através das Comissões, acerca
desses problemas, acompanhar, interceder, para que, enquanto Vereadores,
enquanto Legislativo, aprofundemos a discussão, dando a nossa contribuição para
a solução desse problema. É uma situação extremamente grave, no momento de
crise o desemprego está forte, isso afeta uma categoria que sabemos ter
dificuldades muito grandes, que é a dos rodoviários, especialmente aqueles que
trabalham internos nos ônibus. Eles têm dificuldades, por estarem todos os
empregos preenchidos, de ocuparem novas vagas.
Para
concluir, Sr. Presidente, queríamos externar a nossa solidariedade, a nossa
preocupação e nos colocarmos à disposição, em nome da nossa Bancada, para a
solução desses problemas que aqui foram apresentados. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, raras
vezes fico confuso neste Plenário, mas hoje confesso que estou. Estava
preparado para discutir as demissões determinadas pelo Tribunal de Contas, o
que é uma injustiça do Tribunal. Há coisas muito mais sérias na Prefeitura,
especialmente as cartas-contrato, que pedi uma inspeção, e o Tribunal de Contas
não toma medidas, mas no caso dos servidores da Carris parece que o faz.
Fiquei
confuso, porque o documento trazido pelo Sindicato dos Trabalhadores de
Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre é
muito mais sério do que pretende. A Vera. Clênia Maranhão já se pronunciou a
respeito. O documento, que traz mais do que as dispensas, é descontos de
avarias, comércio interno, não-entrega de fardamento, plano de saúde, pagamento
errado das indenizações, demissões ilegais, demissões em massa, detrimento do
homem em relação à máquina, isso deve ser examinado, detidamente.
Não
é mais em uma Sessão de Tribuna Popular que se poderá organizar isso nesta
Casa.
Não
sei as Comissões, se todas, precisam fazer uma análise urgente do documento.
Peço também que seja anexado a este documento, o pronunciamento do Presidente
do Sindicato, para que possamos fazer uma análise profunda a respeito da
matéria importante e assustadora. Há muito mais do que se possa imaginar. Em
rápidos dois minutos, não se pode analisar um documento de tanta profundidade
como o distribuído. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, conheço
bem os peões do transporte coletivo: são extremamente aguerridos na defesa dos
interesses das suas categorias. A manifestação forte e brava do Acosta é
exatamente o retrato da atuação autêntica do Sindicato dos Rodoviários. Conheço
a Dra. Cristina Piovesan, quando fui Secretário dos Transportes, era uma das
técnicas da Secretaria.
Diante
da forte e grave denúncia, e há informações de que existem documentos, em nome
da CCJ, queremo-nos colocar à disposição para fazer uma ampla investigação
sobre o assunto. Creiam os Rodoviários que na Casa terão o respaldo histórico
daqueles Vereadores que sempre estiveram na defesa da sua categoria. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta
denúncia feita hoje, na Tribuna Popular, pelo Sindicato dos Rodoviários, já
havia ingressado na Comissão de Direitos Humanos. Já convidamos a Diretora da
Carris para audiência com a Comissão de Direitos Humanos, a fim de examinarmos
os detalhes do documento, que foi aberto um processo, será feita na quinta
feira, dia 16, às 14 horas e 30 minutos. Estão convidados a Direção da Carris e
a Direção do Sindicato. A Comissão se empenhará ao máximo para, na medida do
possível, salvaguardar os direitos dos cidadãos funcionários da Carris e
encontrar uma solução possível, se for possível encontrar, para este caso.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
Presidente do Sindicato, demais rodoviários. A nossa Bancada estava querendo
propor um convite à Presidente da Carris, Cristina Piovesan, para que viesse à
Casa falar sobre todas as pretensas denúncias trazidas, hoje, aqui. Por
informação do Ver. Hélio Corbellini, de que a Comissão de Direitos Humanos e
Defesa do Consumidor já a convidou para o dia 16, ficamos satisfeitos;
poderíamos convidar também a CUTHAB e a CCJ, Comissões que têm alguma relação
com esses assuntos, porque poderemos provar que tem uma série de acusações que
são absolutamente infundadas, como o Plano de Saúde, que a Empresa paga a
metade, e no texto está escrito que não paga nada. A questão das avarias, só quando
há alguma batida e fica provada, por uma comissão que faz parte do corpo
funcional da Carris, que a culpa foi do motorista. A entrega de fardamento ao
motoristas está absolutamente em dia.
As
demissões cumprem determinação do Tribunal de Contas, pois desde 92 a Direção
não quis demitir, e abriu concurso para quase seiscentos funcionários que
estavam envolvidos nessa situação, o mesmo caso do Hospital Conceição, Hospital
de Clínicas e alguns outros, só restam agora cinqüenta e sete que a Carris está
fazendo todo o esforço para a colocação em outras empresas, dando curso
supletivo, encaminhando as pessoas e assim por diante. Vamos poder mostrar, com
a vinda da Presidente, que são informações absolutamente infundadas, mas isso
faz parte da democracia. Já houve pessoas que vieram com outro tipo de
informação, mas mesmo com a grosseria do Presidente, achamos importante que a
Presidente esteja aqui. Muito obrigado.
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h39min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h44min): Estão reabertos os trabalhos.
O
Ver. Antônio Losada solicita licença para tratamento de assuntos particulares
no dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Antônio Losada e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
Passamos
ao período de
O
Ver. Giovani Gregol está com a palavra.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
ouvintes e telespectadores, que, devido ao avanço da tecnologia, têm a
oportunidade de acompanhar - o que não havia nos mandatos anteriores, quando eu
era titular -, pela TV a cabo, todos os trabalhos do Plenário, das Sessões pelo
menos, da nossa Câmara Municipal. que é tão importante para o destino dos
porto-alegrenses.
O
nosso trabalho não se restringe só ao Plenário, porque existem as atividades
junto às Comissões Permanentes. Um bom parlamentar - e aqui são todos -
trabalha quase vinte e quatro horas por dia. Os Vereadores trabalham na Casa,
diariamente, várias horas, porque a Cidade precisa e merece.
Já,
há algum tempo, na qualidade de 1º Suplente da minha Bancada, o Partido dos
Trabalhadores, queria fazer um registro de interesse do Ver. Pedro Américo Leal
e, para tanto, peço a atenção de S. Exa. Já havia comentado com V. Exa., Ver.
Pedro Américo Leal, há várias semanas, e não pude falar antes em razão da minha
posição de 1º Suplente do PT. V. Exa. homenageou a figura de um grande
brasileiro - estamos na Semana da Pátria e próximo da Semana Farroupilha -, que
não é gaúcho mas gostava muito dos gaúchos, chamado Mário Schemberg. Tive a
oportunidade de conhecer este cientista. Mário Schemberg era conhecido por ser
autor de dezenas de livros, sozinho, e co-autor de dezenas de livros, também.
Foi autor de milhares de artigos científicos publicados pelas revistas
científicas dos grandes institutos de física e seus correlatos no mundo
inteiro. Mário Schemberg, um dos maiores físicos do Brasil, faleceu há alguns
anos. Era um grande poeta. Ele foi como todos sabem, assistente de Albert
Einstein, justamente na fase mais criativa da carreia científica de Einstein,
em que ele desenvolveu as bases que depois lhe serviram para publicar a Teoria
Geral da Relatividade. Nós sabemos que existem duas teorias da relatividade, a
primeira que é restrita, e a segundo que é mais evoluída e que trata do
Universo todo e é a Teoria Geral da Relatividade. Mário Schemberg foi
assistente, já como físico doutorado, de Einstein e de outras grandes figuras
da Física do início deste século, da primeira metade deste século que criou a
visão de mundo que nós temos hoje, a chamada Física Quântica, a Física das
partículas, e assim por diante. O Mário Schemberg também tinha uma atividade
artística, intelectual e geral e política, muito importante. Ele, por exemplo,
além de poeta, grande crítico de arte, também foi tradutor de poesia clássica
chinesa. É uma coisa, realmente, para poucos e, segundo consta, um grande
tradutor, porque ele traduzia aqueles ideogramas, a linguagem clássica chinesa
que é ideogramática, totalmente diferente a lógica da nossa fala, da nossa
língua, das línguas ocidentais ou hinduarianas. Disse-me ele, certa feita - ele
veio várias vezes participar de simpósios, encontros, até promovidos pelos
estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e na época eu era
estudante de História, na Universidade, e tive a oportunidade de conversar com
ele que foi uma honra inesquecível para mim - que nos seus intervalos, quando
queria descansar a mente da sua atividade da física teórica, em que ele era, e
é, um dos grandes nomes mundiais, fazia tradução de poesia chinesa.
Para
concluir, quero ressaltar aqui a importância dessa figura histórica já, da
nossa Pátria, do nosso País, dizendo que ele tinha uma atividade política muito
grande; ele foi perseguido, foi exilado, foi destronado da sua cátedra de
Física na Universidade de São Paulo, a famosa USP, foi acolhido no exterior por
todos os grandes institutos; lá deu aulas e voltou ao nosso País, onde ele
continua a sua atividade, embora nunca tenha recuperado, inclusive na saúde, o
tempo em que ele foi exilado e foi impedido de exercer as suas atividades,
principalmente como professor e pesquisador.
Queria
fazer esse pequeno registro, em homenagem ao próprio Coronel Pedro Américo Leal
que teve a felicidade de resgatar essa grande figura para também ser
homenageada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cyro Martini está com a palavra
em Comunicações.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
segurança pública é uma preocupação prioritária da nossa população, nos tempos
atuais. Porto Alegre vive preocupada por causa da violência, da criminalidade,
incidente de um modo lastimavelmente corriqueiro.
A
Secretaria Municipal de Transportes merece a nossa atenção e consideração,
quando busca colaborar para que se possa encontrar um meio de reduzir a
incidência criminal com relação aos ônibus.
Os rodoviários sabem que são constantes objetos da agressão criminal, os motoristas e cobradores são assaltados e agredidos. Essa é uma preocupação que acompanha o rodoviário há muito tempo, inclusive hoje já não é objeto da divulgação pela imprensa, de modo rotineiro, porque a violência praticada nos ônibus, o roubar e o furtar, já não constitui um fato inusitado que mereça a atenção da mídia. Os passageiros, o motorista e o cobrador sabem que a situação é muito séria, por isso nós temos que dar força para possíveis soluções como esta: os ônibus vão parar fora dos pontos de embarque e desembarque durante a madrugada, durante os períodos mortos. É uma tentativa para diminuir o número de atentados dessa ordem.
Mas,
por mais que o Município faça em favor da segurança pública, seja na
revitalização do Centro, seja buscando alternativas como essa, de parar em
qualquer lugar para evitar o assalto aos passageiros, ele não vai resolver o
problema da segurança pública. O problema da segurança pública é de ordem
estadual, em nível estadual é que temos que buscar a solução, através de providências
no campo do policiamento ostensivo, exercido pela Brigada Militar, e
principalmente através da Polícia Judiciária, da Polícia Civil. Esses são os
caminhos para buscarmos soluções. É difícil? É. Especialmente porque não há
gente suficiente para atender toda demanda. Porque a violência, o assalto, os
crimes não são apenas praticados em relação aos ônibus, ao transporte público
de Porto Alegre, mas são praticados de modo amplo em toda nossa comunidade.
Infelizmente,
ninguém gosta de dizer, de ver, de constatar que a segurança é prioridade. E
essa prioridade merece a atenção, antes de tudo, e sobretudo, do Estado.
Por
isso conclamamos o Sr. Secretário da Segurança Pública para que procure
desenvolver ações não só em relação aos ônibus, empregando especialmente a
polícia civil nesse mister de combater a violência no transporte público, como
também em relação à população de modo geral. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum; Ver.
Adeli Sell, Secretário, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Senhoras, Senhores,
é inaceitável que os trabalhadores que vieram, hoje, aqui, em nossa Câmara
Municipal, para dizer da sua dor de terem ficado sem emprego, de estarem sendo
despedidos, de estarem sendo maltratados pela Administração Pública do
Município, é inadmissível que esses trabalhadores sejam recebidos, da forma
como foram, por alguns Vereadores da Bancada Petista! Nós não podemos aceitar
que, enquanto aqueles trabalhadores lamentavam-se da situação por que passam,
lá na Carris, alguns Vereadores Petistas sorriam da desgraça desses
trabalhadores. Nós não podemos consentir que atos como esses possam acontecer
livremente, sem que seja registrado, porque eu acredito que o povo de Porto
Alegre tem que tomar conhecimento da forma como os Vereadores Petistas tratam
essa questão. Se são militantes do PT têm um tratamento; se não são militantes
do PT têm um tratamento diferenciado.
Eu
pergunto a esta Casa: Se houve algum tipo de contratação ilegal, quem são os
responsáveis por terem feito essas contratações? Seriam eles os administradores
que o PT escolheu para estarem à frente dos destinos da Carris? Seriam essas
pessoas tão irresponsáveis! Seriam essas pessoas tão incompetentes, que trariam
trabalhadores para dentro da Carris, sem obedecer os ditames legais, os ditames
constitucionais! Se fizeram assim, eles têm de ser punidos e não os
trabalhadores.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, interrompo o tempo de V. Exa.,
para dizer aos nossos visitantes, trabalhadores, que o nosso Regimento
determina que não haja manifestação por parte das galerias. Por isso, eu
solicito a S. Sas. que se mantenham em silêncio. Estamos devolvendo o tempo a
V. Exa., Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu peço desculpas ao Ver. Guilherme
Barbosa, a quem eu respeito muito, mas eu não posso conceder-lhe o aparte,
porque eu quero terminar o meu raciocínio, neste pronunciamento.
Eu
não ouvi em momento algum esses Vereadores que sorriam jocosamente da desgraça
que acontece com os trabalhadores da Carris falarem da culpa de seus
administradores. São administradores dos anos de 1989, 1990, 1991. E com que
intuito essas pessoas colocavam esses trabalhadores dentro da Administração sem
obedecer a fiscalização? Será que era para filiarem-se ao PT? E será que agora
estão sendo colocados para fora da administração pública, porque não se
filiaram? Até agora eu não ouvi ninguém dar explicações. Eu só ouvi alguns dos
Vereadores Petistas - alguns deles, é claro que não todos -, rindo da desgraça
dos trabalhadores.
Imaginem
os senhores, e eu sei que os senhores já estão sentindo na carne, o que é ficar
sem emprego. E ficar sem emprego não porque cometeram alguma falha, a falha
quem cometeu não foram os senhores, foi a própria administração pública. E essa
administração que falhou e colocou todos esses trabalhadores nessa situação,
agora, através de seus representantes, ri da desgraça desses trabalhadores. Mas
isso não deve acontecer, porque o discurso desses mesmos homens lá fora, as
entrevistas concedidas aos canais de televisão e às rádios, os discursos que
fazem frente ao público, não é esse. Querem apenas enganar!
Eu
cobro atitudes para resolver a situação de homens que não falharam, que querem
apenas o direito de trabalhar. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
no período de Comunicações. Ausente. A Vera. Maristela Maffei está com a
palavra, em Comunicações.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje,
tem um artigo muito interessante na Zero Hora, da Rosane de Oliveira, onde diz
que “As comemorações da Independência ocorrem na véspera do Dia Internacional
da Alfabetização. Bom momento para lembrar que esse exército de homens e
mulheres iletrados está à margem de toda e qualquer possibilidade de ascensão
social. Que sentimento de pátria há de ter um sujeito que não sabe escrever o
próprio nome?”
Realmente,
no nosso País, apesar de alguns esforços isolados como temos aqui no nosso
Município, como a questão do SEJA, como a questão do MOVA, infelizmente, no
nosso País não se dá prioridade para que as pessoas possam ler e compreender
melhor o mundo e não apenas sofrer influências, e não poder, dentro de um País
democrático, exercer e colocar a sua opinião no contraditório.
Eu
asseguro aos senhores e senhoras que sorrir da desgraça alheia é um sentimento
hipócrita e mesquinho. Em nenhuma situação equivocada ou não, as pessoas têm
direito de fazer isso. Agora, a pior das hipocrisias é a demagogia, e ninguém
tem o direito, nem mesmo os Vereadores desta Casa, seja lá quem for, de sorrir
da desgraça alheia. Cada pessoa que aqui está reivindicando tem o seu direito,
mesmo que alguém discorde da sua opinião. Agora, da luta dos trabalhadores, nós
do Partido dos Trabalhadores conhecemos muito bem. Também conhecemos a história
de cada pessoa que está à frente da luta. Portanto, temos discernimento do que
é demagogia ou não. Não vamos entrar no mérito, porque não vou fazer uma
discussão aqui, enquanto que nas categorias podemos exercer isso, embora ache
que cada espaço é democrático e assim é que o fazemos.
Portanto,
senhoras e senhores, em nenhum momento da vida democrática, eu, pessoalmente,
fiz ou sondei nesse sentido, porque sempre estivemos fora.
Eu
pergunto aqui onde estava a maioria dessas pessoas que se dizem ser lideranças
de classe? Ou alguns Vereadores que vêm aqui com tanta veemência na Marcha dos
Cem, na qual, tínhamos milhares de desempregados; onde estavam grande parte
dessas lideranças que vêm aqui com uma voz suave, democrática, ontem, no grito
dos excluídos? Onde estavam esses aguerridos sindicalistas que deveriam estar à
frente da luta?
Eles
vêm aqui fazer sindicalismo parlamentar, mas não enfrentam lá fora a realidade.
Vêm aqui, ainda, defender o Governo Fernando Henrique, que é quem mais coloca
desemprego, porque está de cócoras, submisso ao FMI e ao maior desemprego que
esta terra já enfrentou.
Quero
ver virem aqui e fazerem esse discurso. Quero ver virem aqui e enfrentarem essa
situação, porque é assim que se faz a democracia.
Infelizmente,
senhoras e senhores, tanto o Hospital Conceição, quanto o Hospital de Clínicas,
tiveram que se submeter a essa lei perversa - e eu concordo - de demissões.
Portanto,
o erro é muito maior. Nós temos que lutar com veemência, com força e seriedade
para enfrentar esse problema.
Não
acho nem um pouco cômodo entender e olhar de uma forma passiva para o que está
acontecendo com a demissão, seja na Carris ou em qualquer outra categoria. Nós
temos que enfrentar com seriedade, sim. Nos colocamos à disposição para
enfrentar esse problema, porque disposição nunca faltou para o Partido dos
Trabalhadores. Nós não nos escondemos atrás de nada, estamos juntos e à frente
das lutas, estando no Governo do Estado e no Município, estando à frente da
Marcha dos Cem, como estivemos, e ontem na Marcha dos Excluídos.
Portanto,
aqui do Partido dos Trabalhadores, jamais vão ver a zombaria, principalmente na
dor daqueles que estão sendo desempregados. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
quando o Plenário se manifestou contra as orientações do Regimento, a Mesa
exigiu do Plenário da Câmara o cumprimento do Regimento. Faz, também, parte do
nosso Regimento que os oradores, Vereadores que estão na tribuna não dialoguem
com as pessoas, os porto-alegrenses que se encontram nesta Casa, porque eles
não têm direito de resposta.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz utiliza o tempo do Ver.
Eliseu Sabino, com a aquiescência dos demais inscritos, em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Paulo Brum, no exercício da
Presidência desta Casa, Ver. Adeli Sell, Secretário, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, Senhoras e Senhores, nós fomos cobrados, tanto nós Vereadores de
oposição, como os senhores que são os verdadeiros excluídos com relação a
Carris, por não estarmos presentes, lá, naquela Marcha dos Cem.
Imaginem,
os senhores, a grande Marcha dos Cem que teve como origem o Partido dos
Trabalhadores, apanhando alguns mendigos das ruas da Cidade e fazendo com que
esses mendigos sem terem noção do que faziam, se dirigissem a seus ônibus
pagos, para irem até Brasília, sem saber o que fazer. Mas estavam lá, a mando
dos Partido dos Trabalhadores. E é esta Marcha que eles querem que nós
respeitemos, é esta demagogia que eles fazem, que querem que nós façamos parte.
Eu não sou favorável àquilo que está acontecendo no Governo Federal, eu não
defendo a política adotada pelo Governo Federal, mas não é pelo fato de não
estar apoiando o atual Presidente Fernando Henrique, que eu tenho que ficar ao
lado de partidos, de administrações que cometem os mesmos erros e, muitas
vezes, erros maiores do que comete Fernando Henrique.
Ou
não estão lembrados os Vereadores desta Cidade que, há questão de dez anos, nós
fomos enganados pelo discurso do PT, que dizia que iria surgir o Distrito
Industrial da Restinga? Eu quero que os senhores visitem o Distrito Industrial
da Restinga, que vejam o que existe, lá, do Distrito Industrial; que vejam, lá,
os dez mil empregos que iriam ser criados. Não existe o Distrito Industrial da
Restinga; o que existe, lá na Restinga, é apenas, infelizmente, mais uma vez
uma enganação do povo. Enganaram o povo, infelizmente enganaram o povo!
E
cobram empregos! Mas cobram empregos mandando uma fábrica de automóveis embora
do Rio Grande do Sul! Mas que direito tem esse Partido de cobrar a geração de
empregos? Eles não têm mais nenhum tipo de direito de fazer cobranças. Todo o
tempo, apenas enganaram, iludiram. Todo o tempo, fizeram esta política
madrasta: ou pertence ao Partido dos Trabalhadores e recebe bom tratamento, ou
não pertence ao Partido dos Trabalhadores e apanha, porque está vendendo
cachorro-quente aqui no Centro da Cidade, como aquele casal que, instigado pela
SMIC, acabou sendo agredido pela Brigada Militar. A senhora foi algemada,
arrastada pelo chão e levada presa. Qual foi o militante petista que teve esse
tratamento? Quando foi que o Sr. Governador do Estado, quando foi que o Sr.
Prefeito Municipal deu ordem à Brigada Militar para investir, por exemplo,
contra os Sem-Terra, que invadiam, que desobedeciam ordens judiciais? Nenhuma
vez, nenhuma vez foi permitido que isso acontecesse.
Então,
não tem, hoje, o direito, a Vereadora que veio a esta tribuna, de cobrar essa
participação. Eu não vou enganar o povo, eu não vou participar de atos que têm
apenas o objetivo de levar o PT ao poder. Querem mais poder para fazer o quê?
Para fazer o que estão fazendo, desempregando pessoas? Ou os senhores não estão
se sentindo enganados pelo PT? Eu tenho certeza de que os senhores e tantos
outros milhares de trabalhadores sentem-se enganados: os funcionários públicos
municipais, que receberam promessas e mais promessas, os funcionários da
Polícia Civil, os funcionários da Brigada Militar, os professores, entre
outros. Aonde estão aquelas pessoas que o PT levava, falsamente, a fazerem o
“sinetaço” na frente do Palácio? Desapareceram! Desapareceram, porque agora
elas estão empregadas, são militantes bem pagos. Lá está a Profa. Lúcia Camini,
hoje recebendo um bom salário, porque ela fazia com que essa farsa pudesse dar
resultado. Deu resultado, mas, infelizmente, coitado do nosso povo! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
rodoviários e demais presentes, venho discutir um assunto de que trato há algum
tempo e que considero de fundamental importância, porque na minha opinião esse
local deveria ser o cartão postal de nossa Cidade: trata-se de nossa
Rodoviária.
Nós
fizemos uma série de queixas junto à empresa concessionária, junto ao DAER, e a
órgãos municipais e do Estado, como a Brigada Militar e outros. Fizemos uma
visita à Rodoviária com a presença do Engº Hideraldo Caron, Diretor-Presidente
do DAER e com outras autoridades em nível estadual e municipal. Na
quinta-feira, eu tive a graça de poder reunir várias instituições: a empresa
concessionária, os empresários da Rodoviária de Porto Alegre, o DAER, a Brigada
Militar, a Delegacia da Criança e do Adolescente; Sindicato dos Hotéis, o
Centro de Eventos Vitrine Sul, que fica na frente da Rodoviária, Escritório de
Turismo, a Brigada Militar e outras instituições. Houve alguns avanços, é importante
dizer isso, porque, como eu tenho dito várias vezes, é fácil culpar o governo
ou uma instituição privada. Seria muito fácil chegar aqui e colocar toda a
responsabilidade na empresa concessionária, ela tem parte da responsabilidade,
já disse isso de público, disse na imprensa e aos próprios concessionários.
Outra responsabilidade é nossa, de governo, do Município, quando tratamos dos
camelôs, quando tratamos do trânsito, quando tratamos do entorno da Rodoviária;
outra, é a nossa responsabilidade, como Governo do Estado, como poder
concedente, o DAER, portanto. E nós achamos que era melhor tratar dessa questão
em parceria, porque é dessa maneira que resolvemos as questões.
Eu
tenho recebido inúmeras propostas, tenho recebido inúmeras opiniões de como podemos
melhorar a Rodoviária. Aquilo que é da responsabilidade da empresa, eu passo à
empresa concessionária, aquilo que é responsabilidade da segurança, eu passo
aos órgãos de segurança, não só passo, como pressiono, mobilizo. Como o que é
da responsabilidade do DAER, eu passo à instituição. Eu creio que essa é a
melhor forma de agirmos. E nós faremos cobranças.
Por
exemplo, queremos uma solução para o táxi clandestino que existe na Rodoviária.
Existem cinco ou seis empresas, não sabemos precisar exatamente, que distribuem
folhetos na Rodoviária, que possuem carros clandestinos, portanto, estão
prejudicando os verdadeiros taxistas. Temos de ter uma solução e estamos
discutindo com a Secretaria.
Mas
temos outro problema, temos ônibus clandestinos, vários. Na segunda-feira,
quando estava no Centro, na nossa Sessão, um cidadão abordou-me e disse que
precisava de dez reais para pegar um desses ônibus clandestinos para ir para
Missões. Algo está errado. Ou há poucas linhas, talvez seja esse o caso, os
preços, certamente, estão muito altos, e nós, portanto, precisamos abrir
concorrência para novas linhas e discutir o preço. Foi isso que levei ao
conhecimento do DAER.
Como
discutimos com o Sindicato dos Lojistas, que se utiliza inúmeras vezes do
expediente de mandar o seu produto a qualquer cidadão, pelo embarque, pelas
encomendas da Rodoviária, os preços estão altos, e o DAER deve dar sua opinião
e interferir.
Estamos
chamando a RTI à discussão. Acreditamos que essa é a maneira que devemos agir,
e coloco, de público, para que a população de Porto Alegre se posicione e nos
traga questões que possamos levar adiante, para os órgãos públicos do
Município, do Estado, os concessionários e todos os envolvidos, para que
tenhamos, efetivamente, esse cartão postal que deve ser a Rodoviária de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, solicito esclarecimento
sobre a interpretação do artigo 182 do nosso Regimento que, com base nessa
interpretação, o Vereador, ao se inscrever em Comunicações - Vereador do
Partido “x” ou “y” -, automaticamente, reserva a vaga para o seu Partido. Na
prática, isso significa que todos aqueles Vereadores inscritos do sexto lugar
em diante não terão chance, a menos que pertença ao Partido do Vereador que
esteja inscrito do primeiro ao quinto lugar, e que o Líder do Partido ceda a
inscrição.
O SR. PRESIDENTE: O Sr. 1º Secretário já buscou,
habilmente, a explicação que vamos tentar explicar a V. Exa. (Lê.) “Art. 180:
No período destinado a Comunicações, com a duração de quarenta minutos, será
concedida a palavra por cinco minutos para cada orador, até o máximo de oito, a
fim de tratar de assunto de sua livre escolha, permitidos apartes, sendo a
ordem de chamada irrevogável, não pode ser alterada a ordem”. Art. 182 “ O
Vereador poderá ceder sua inscrição em Comunicações ou dela desistir. Se
ausente, caberá ao líder dispor; se licenciado, o suplente disporá da palavra.”
Portanto,
agimos corretamente, assim está determinado no Regimento escrito, elaborado e
votado pelos Senhores Vereadores.
O SR. JOSÉ VALDIR: Só um adendo, não estou questionando a
Mesa, somente queria ouvir essa interpretação porque isso significa que aqueles
oito que se inscreverem no período de Comunicações, automaticamente reservarão
a vaga.
O SR. PRESIDENTE: Não, se assim eles desejarem, poderão
ceder o seu tempo, fica a critério do Vereador.
O SR. JOSÉ VALDIR: Quem se inscrever, a partir do oitavo,
não há mínima possibilidade?
O SR.
PRESIDENTE: Cabe à consciência dos Vereadores dispor do Regimento.
O
Ver. Gilberto Batista está com a palavra em Comunicações.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
funcionários da Carris, foi legal e regimental o pronunciamento do Líder do
PTB, Ver. Luiz Braz. Legal e regimental também a abordagem, muito objetiva do
Ver. Luiz Braz sobre esse assunto que, para mim, é de extrema gravidade. Aliás,
várias coisas, aqui em Porto Alegre, são de extrema gravidade e não são
solucionadas.
Vem
hoje a esta Casa o Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte
Coletivo Urbanos de Passageiros de Porto Alegre, através do Sr. Acosta, que,
com muita coragem, determinação e enfoque político denuncia as barbaridades, as
arbitrariedades que a Prefeitura de Porto Alegre, que a Administração Popular,
dita popular, está fazendo com esses funcionários. É inadmissível que coisas
desse tipo sejam feitas por um partido que defende a democracia, defende os
trabalhadores. Como a Vera. Maristela Maffei comentou, um partido que está
acima do bem e do mal.
Temos
que comunicar essas coisas à população de Porto Alegre, só assim a população
vai saber, na realidade, como a Prefeitura administra a Cidade e trata os seus
funcionários, e também como os Vereadores do PT recebem esses funcionários. É
inadmissível que uma categoria que presta relevantes serviços a nossa Cidade
seja discriminada, e muito.
Fiquei
aterrorizado com o que li. Há desconto de avarias. O trabalhador se esforça
dirigindo um ônibus por muitas horas, não tendo o descanso necessário e, caso
esse funcionário venha bater com o ônibus, é descontado. Comércio interno,
não-entrega de fardamentos - e o Ver. Guilherme Barbosa alegou que havia a
entrega dos fardamentos. À classe, está claro que não entregam os fardamentos,
parece que têm que ser pagos. Quanto a plano de saúde, dizem que cada empresa
teria que contribuir para esse plano de saúde, mas não há a contribuição. Então
o que fazem com esse dinheiro? Onde está o fundo de saúde, que é tão comentado
e defendido pelo Partido dos Trabalhadores? Onde está esse fundo? V. Sas. tem
razão: um plano privado de saúde sai muito mais barato do que o plano que é
cobrado de vocês. Chega, vamos dar um basta a tudo isso. E parabenizo essa
entidade, que, com coragem, vigor e determinação, veio colocar às claras o que
faz a Administração Popular.
E
em falando em demagogia, baseio-me nas palavras do Ver. Luiz Braz, sobre a
Restinga. Nesta semana passei por lá e não vi nenhuma indústria lá, onde estão
os empregos? Aquela população já está desesperada porque não conseguimos
colocar indústrias na Restinga. São vários fatos que eu poderia comentar aqui,
a respeito dessa falta de sensibilidade que a Administração Popular tem com os
porto-alegrenses e com os municipários.
O
Ver. Guilherme Barbosa, na Sessão destinada a homenagear a Câmara Municipal de
Porto Alegre pela passagem dos seus 226 anos, chegou ao cúmulo de dizer que a
única Prefeitura que tem o reajuste bimestral é a de Porto Alegre. Realmente há
esse reajuste, Vereador, mas e os 27% de reajuste devidos aos servidores, que
estão na Justiça, por que não os pagaram ainda? Os trabalhadores têm direitos,
mas terão de entrar na Justiça para conseguirem muitas coisas. Na Justiça
haverá justiça. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Uma vez que o Ver. Isaac Ainhorn não
usará o tempo, o Ver. João Dib está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
encerramos, ontem, as festividades alusivas à Semana da Pátria. Encerramos, na
segunda-feira, as comemorações dos 226 anos da Câmara Municipal. Devo dizer a
V. Exas. que, como Vereador, fiquei triste com os fatos ocorridos e parece-me
que se deva atribuir à improvisação. Eu não vi no Plenário - posso estar
equivocado - a aprovação para a realização da Sessão no Largo Glênio Peres. Eu
tomei conhecimento do que aconteceria e, obedientemente, fui lá. Deveria ter
sido estabelecido um roteiro e não fazer a improvisação, como aconteceu,
infelizmente. No roteiro da segunda-feira se faria a entrega do Prêmio Sioma
Breitman - fotografia em preto e branco - em Porto Alegre. Realmente, isso
aconteceu com a presença apenas deste Vereador e, posteriormente, do Ver. Luiz
Braz.
A
Câmara, que havia programado o evento, não convidou os familiares de Sioma Breitman
para assistirem à entrega e à homenagem. Eu fiz a entrega para o Memorial da
Câmara de uma fotografia que eu havia ganho da família Breitman, há dezessete
anos, mas que, no meu gabinete, em casa, poucas pessoas a veriam, e é uma
belíssima fotografia da área central, mais precisamente da Praça Montevidéu, à
noite, e que deve ser vista por todos aqueles que visitam o Memorial da Câmara.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu sinto interromper o discurso de V. Exa., mas eu queria dizer a
V. Exa. que, como Vereador desta Casa, não fui. Comuniquei, por interesse
próprio, a minha ausência. Mas eu acho que a Mesa deve ter conhecimento dessas
improvisações que V. Exa. aludiu. Não se faz um transporte da Câmara para qualquer
lugar, de repente, expondo todo o elenco de Vereadores a uma situação, não digo
de vexame, mas duvidosa. Eu quero colocar, aqui, a V. Exa. a minha inteira
solidariedade e que não se repita isso mais, nesta Câmara, porque eu não
comparecerei.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato ao aparte de V. Exa., na
realidade, deveria ter sido melhor programado, não digo que a idéia não tenha
sido boa, levar a Câmara ao povo, ouvir o povo, sentir o povo, porque é
importante que o político conviva com o povo. Mas a maneira como ela foi
programada foi um pouco apressada e terminou não atingindo o objetivo
pretendido. Digo a mesma coisa com relação à solenidade de comemoração da
Independência da Pátria, que foi mesclada. É uma Sessão extremamente solene
porque fala do coração de cada um de nós, e fizemos duas Sessões,
simultaneamente. Até por isso, acho que com a totalidade das assinaturas, estou
encaminhando uma modificação no Regimento para que, a partir do próximo ano, a
Sessão de Homenagem à Pátria seja realizada numa terça-feira ou quinta-feira
que anteceda ao 7 de Setembro, em Sessão absolutamente solene, porque as
comemorações alusivas à Pátria têm que ser solenes. Quando nós não solenizamos
a Pátria, esquecemos o resto das coisas. Registro a minha tristeza com relação às
coisas que ocorreram, mas tenho convicção de que quiseram acertar e não
acertaram. Houve um erro.
Também
quero registrar que fiz um Pedido de Informação ao Executivo e que, nunca com
tanta presteza, obtive a resposta. Perguntei onde estava a coroa de ouro da
Miss Porto Alegre, que deixei na Prefeitura quando fui Prefeito - eu a
recuperei para a Prefeitura. Perguntei se estava ainda na Secretaria da
Fazenda, se poderia ser doada ao Memorial da Câmara Municipal para que todos os
porto-alegrenses, todos os que visitam a Casa, vissem que um dia houve uma
coroa para a Miss Porto Alegre, que é de ouro, muito bem trabalhada pelo Sr.
Júlio César Andreazza, de Caxias do Sul. Como saiu no jornal, em seguida, o
Secretário da Fazenda respondeu que a coroa está lá na Secretaria. Só não disse
se a cederá ao Memorial da Câmara Municipal para que o povo de Porto Alegre
possa conhecê-la, porque, lá no cofre da Secretaria da Fazenda, é igual à
fotografia que eu tinha da área central: ninguém vê. Saúde e paz. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrado o período de Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, com base no art. 94, §
1º, alínea “f”, solicito Tempo Especial.
(O
Sr. Juarez Pinheiro assume a Presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
por solicitação de Tempo Especial
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
categoria dos rodoviários e demais pessoas que acompanham os trabalhos
legislativos desta Casa, nesta tarde. (Lê.)
“Cumpro,
neste instante, difícil e penosa comunicação de dizer à Casa e fazer público
que estou deixando o Partido Democrático Trabalhista - PDT. Partido que ajudei
a fundar, tendo a ele dedicado o melhor dos meus esforços, com lealdade, muitas
vezes enfrentando sacrifícios humanos e materiais, sem nunca ter recuado das
tarefas e dos desafios que a vida partidária impõe àqueles que a ela se
dedicam. Vereador do MDB, com a extinção dos Partidos Políticos, tendo sido do
PTB, acompanhei Leonel Brizola na sua cruzada e na luta partidária. Exerci
cargos na Executiva Regional do Partido, fundando, juntamente com companheiros,
a Associação dos Vereadores do PDT do Rio Grande do Sul, tendo sido seu
primeiro Presidente - foi a primeira Associação de Vereadores do Rio Grande do
Sul - tendo, nesta condição, falado no maior comício da história do Rio Grande
do Sul, no “Diretas Já”. Estou no quinto mandato de Vereador, ou seja, um no
extinto MDB e quatro no PDT. De uns tempos a esta data, passei a ter
divergências com o Partido e as manifestei internamente, tendo a imprensa
publicado algumas. Em 1998, deixei o cargo de Tesoureiro da Executiva Regional,
em face de divergências quanto a critérios de inclusão de filiados na Chapa de
Candidatos a Deputado Estadual. No início do ano manifestei e sustentei a
inconveniência política do PDT de participar do Governo Municipal - as
tratativas nesse sentido avançavam - e encetei forte campanha pela candidatura
própria a Prefeito, aliás, a candidatura própria até então não era prioritária,
o que importava era Coligação com o PDT na vice. Debati muito esta questão
dentro e fora do Partido. Bem, a resposta não tardou, fui excluído do Diretório
Regional do qual participava desde a fundação. Ora, só consegui ser incluído no
Diretório, em face da renúncia de um integrante do Movimento PDT - que tinha
saído do Partido, diga-se de passagem, depois de muito corre-corre e óbvios
constrangimentos. Incrível, que dos quatro Vereadores da Bancada do PDT na
Câmara de Porto Alegre, o único excluído era este Vereador; que, além de
participar intensamente da vida do Partido, era o mais antigo e que em hora
difícil, havia concorrido ao Senado - não por nomeação, e sim fruto de disputa
democrática na mais concorrida convenção do PDT, disputando com um eminente
jurista, então Secretário de Estado. Ninguém, jamais, me convencerá de que não
estava sendo punido. No Congresso do Partido deste ano levei a debate uma tese
- aliás, como sempre procedi em encontros partidários -, na defesa da candidatura
própria para Prefeito, embasada em análise crítica às eleições presidenciais,
quando o Governador Brizola concorreu à Vice, chamando a atenção para aspectos
envolvendo crise de identidade partidária, dupla militância e fazendo
afirmativa de que se fazia necessário “despetizar” o PDT. A resposta não
tardou, e o meu nome vem em “glosa” na publicação “Caderno de Resoluções”, em
trabalho de conclusão de teses, tendo manifestado inconformidade em reunião do
Diretório Regional. Na última reunião do Diretório, para decidir recursos e
pedidos de refiliação de prefeitos expulsos do Partido em face de posições
tomadas nas últimas eleições, no que assisti não acreditaria se não estivesse
presente: um desfile de acusações violentas, desnecessárias, sem dó nem piedade,
contra pessoas de bem, que, com muita luta, ajudaram a construir o Partido,
contrariando aquela fraternidade, fundamental a um partido político. O que se
viu foi verdadeiro linchamento aos prefeitos, que, mesmo admitindo alguns
erros, estavam ali pedindo até mesmo perdão. Incrível, a Comissão de Ética, do
alto da sua maturidade, recomendou o reingresso. A defesa dos prefeitos se
esmerou, tentou recursos, tudo em vão. Os prefeitos falaram, uns extremamente
humildes. Vi homens e mulheres chorando, abatidos e arrasados. Indignado e
triste, no dia seguinte, entrei com um pedido de anistia junto à Executiva e
solicitei que se convocasse o Diretório para apreciá-la. Discutiu-se o assunto
nos meios de comunicação, bem como compareci na reunião da Executiva pedindo se
abrisse a possibilidade de se reexaminar a matéria, e sustentando a
conveniência, sob qualquer ângulo de análise, do reingresso dos prefeitos. A
resposta não tardaria: a Executiva se reúne, sequer me convida, arquiva o
pedido e solicita aos prefeitos que assinem verdadeira “nota de culpa”, e
encaminha, em forma de recurso, expediente à Executiva Nacional. Trata-se de
requintada e inaceitável humilhação. Por outro lado, enquanto é rígida e
inflexível com os companheiros, diria homens humildes, assiste, condescendente,
a ataques de setores do Partido dos Trabalhadores, haja vista recente
divulgação feita pelo Correio Brasiliense, com forte repercussão na imprensa
gaúcha, e nada dizem. Sequer exigem explicações. Vejo o Partido sem autonomia
no Rio Grande do Sul, em face da conjuntura político-governamental, até porque
seus dirigentes se confundem com altos escalões do Governo Gaúcho.
Chega
de brigar! Os incomodados que se mudem, diz o velho ditado. Saio com a
convicção inabalável de ter servido ao Partido e não ter me servido do Partido.
Não tenho nenhum problema pessoal com qualquer companheiro. A divergência é
política e, esta, é irreconciliável enquanto tal. Não me arrependo de ter
ajudado a fundar e ter lutado pelo PDT. Fui até aonde foi possível. Continuo
com as mesmas convicções de quando entrei no PDT, e com a mesma visão do mundo,
da problemática social, econômica e política do País. Eu não mudei!”
Sr.
Presidente, encaminho à Mesa comunicação nos seguintes termos: (Lê.)
“Pela
presente, comunico a V. Exa. que estou me desligando da Bancada do PDT e,
conseqüentemente, me tornando independente, em face da minha desfiliação do
Partido Democrático Trabalhista, cujo procedimento legal darei curso perante a
Justiça Eleitoral. Outrossim, valho-me da presente para expressar a sincera
estima e o agradecimento à nossa brava Bancada, representada pelo nosso Líder
Ver. Isaac Ainhorn, por V. Exa. Ver. Nereu D’ Ávila, Presidente da Casa e pelo
eminente Ver. João Bosco Vaz, pelos anos de convivência fraterna e leal que
tivemos na Câmara Municipal e no Partido Democrático Trabalhista. Porto Alegre,
08 de setembro de 1999. Elói Guimarães, Vereador.” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Apenas queremos registrar que é um
momento importante na Câmara de Vereadores: o fato de um dos Vereadores mais
antigos tomar uma posição como a que está tomando o Ver. Elói Guimarães. Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h52min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h53min): Estão reabertos os trabalhos.
Com
a palavra o Ver. Isaac Ainhorn, para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, neste
momento, com o devido respeito às divergências existentes no nosso dia-a-dia,
confesso aos colegas Vereadores que assomo à tribuna, Ver. Elói Guimarães, com
a maior emoção, porque desde os idos de 1978 nós juntos estivemos na
reconstrução do trabalhismo. Desde o primeiro momento, através do encontro de
Esteio, realizado em 1978, e em todos os passos seguintes, V. Exa. foi um dos
artífices, nesta Casa, do reerguimento do trabalhismo no Brasil. Naquela época
eu não era Vereador, mas fui testemunha da sua luta. O trabalhismo, o PDT de
Getúlio, o PDT de Jango, o PDT de Leonel Brizola renasceu quando deu seus
primeiros passos para a sua reestruturação, nesta Casa, pelas mãos de V. Exa.,
Ver. Elói Guimarães. Aprendi a respeitá-lo, no curso desses anos. Naturalmente,
no convívio diário, de natureza partidária, tivemos, muitas vezes, como
acontece dentro do processo, algumas divergências, mas quero dizer que ninguém
foi mais leal e disciplinado - pode ter havido igual - do que V. Exa. nesses
cerca de vinte anos de militância dentro do trabalhismo.
Por
isso, o choque que causa a comunicação de V. Exa. a todos os seus colegas de
Bancada, e a esta Casa, que tem, por V. Exa., alto respeito. A Cidade conhece
V. Exa. E sabe, V. Exa., que no curso desses meses temos estado juntos nesta
luta e nesta divergência interna do nosso Partido, preocupados com o
reerguimento do trabalhismo, para que o trabalhismo permaneça como uma chama
acesa no Rio Grande e no Brasil, em torno de uma independência, em torno da sua
posição autônoma e de um perfil de partido político de vertente popular. Temos
estado juntos nesta luta, companheiro Elói Guimarães. Entendo V. Exa. por ter
tomado esse passo tão decisivo para fazer essa comunicação em tempo especial,
nesta Casa, há poucos minutos. Sei que V. Exa. tem, na sua história, sei que V.
Exa. tem, nas suas raízes, na sua família, toda uma história arraigadamente trabalhista.
É por essa razão, Vereador, que, neste momento, faço um apelo à reflexão. Como
V. Exa. encaminhou um ofício manifestando a sua posição de declaração de
independência sem definir qualquer rumo político, eu transmito a V. Exa. o
apelo dos seus amigos, dos seus companheiros de Partido e de milhares de
companheiros dentro deste Estado que se solidarizam com a posição que V. Exa.
tem expressado nesses últimos meses. Eu entendo o grito de V. Exa. como um
desabafo e tenho certeza de que hoje, senão a maioria, grande parte do nosso
Partido é sensível às questões que V. Exa. tem manifestado. Eu venho
acompanhando V. Exa. no curso de todos esses anos, seja no Partido, seja nesta
Casa, e faço um apelo à profunda reflexão. Nós saberemos respeitar e levar em conta
o caminho que V. Exa. tomar, mas, dentre essas opções, eu deixo à reflexão, por
tudo o que Vereador representa dentro da história partidária, uma ponta de uma
revisão da posição ora assumida pública e oficialmente. Eu faço essa
manifestação publicamente para que ela tenha o alcance que a história,
certamente, marcará no curso desses anos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Solicito a V. Exa. a inversão dos
trabalhos, que antes de ingressarmos na Pauta, nós ingressássemos na Ordem do
Dia.
O SR. PRESIDENTE: Considerando a Pauta como corrida
Vereador? Bom! V. Exa. poderá oportunamente encaminhar com as lideranças.
A
Ver. Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, cumprimento todas as pessoas presentes. Evidentemente, depois da
comunicação do Ver. Elói, que surpreendeu a todos, queremos, em nome da nossa
Bancada, expressar os nossos votos de felicidades ao Vereador nas decisões que
possa tomar. Respeitamos a sua decisão, enquanto colega desta Casa, temos
convivido com o Vereador nesta Casa é um grande representante deste
Legislativo.
Eu
uso o tempo de Comunicação de Líder da minha Bancada para trazer a esta tribuna
um problema que Porto Alegre e a sociedade gaúcha tem acompanhado com grande
preocupação e participado das decisões que estão sendo tomadas, eu me refiro
aos trágicos incidentes ocorridos a partir deste final de semana na FEBEM.
Quero dizer aos Senhores e Senhoras Vereadoras que faço esta intervenção com a
preocupação que todos nós devemos ter com a questão da garantia do direito das
crianças, dos adolescentes e de todos os cidadãos. Neste sábado nós
acompanhamos uma das maiores rebeliões da história da FEBEM, que acabou
culminando com a morte de um funcionário de quarenta e um anos de idade, Luiz
Fernando da Silva Borges, monitor daquela Casa. Além do assassinato desse
funcionário, dezoito pessoas ficaram feridas, sessenta jovens infratores
mantiveram dezesseis monitores daquela Casa como reféns. Foi uma situação
incontrolável durante a noite inteira e, menos de setenta e duas horas depois,
em um outro instituto - o primeiro incidente aconteceu no instituto Juvenil
Masculino -, em outro setor da casa, no Centro do Jovem Adulto, um setor em que
ainda não havia acontecido nenhum incidente dessa natureza, foram horas de
tensão, de motim, de riscos para as pessoas que lá trabalham.
Durante
os anos anteriores, cada vez que acontecia um trágico incidente na FEBEM, vários
Vereadores desta Casa - recordo-me muito do Ver. Renato Guimarães - acorriam a
esta tribuna, com enorme velocidade, denunciavam uma política irresponsável e
exigiam a presença desta Casa na FEBEM. Tentaram, inclusive, responsabilizar
criminalmente a então Presidenta da FEBEM, quando lá, de uma forma trágica,
morreu um jovem. Acho que esta Casa tem que tratar a questão da segurança, a
questão do jovem infrator de uma mesma maneira, independente do governo que
executa a política, independente do governo no qual aconteçam motins, mortes,
reféns e massacres.
Tive
a oportunidade, muitas vezes, em momentos semelhantes de enfrentamento interno
na FEBEM, de participar, quando era membro da Comissão de Direitos Humanos, de
atos na FEBEM na busca de solução dessas questões. Acho que é imprescindível
que a Comissão de Direitos Humanos desta Casa e que todos os Vereadores exijam
da FEBEM o redirecionamento de uma política que não ponha em risco os
trabalhadores e que, efetivamente, garanta condições de trabalho para todos
aqueles funcionários públicos que estão lá, cumprindo com a sua função.
A
minha preocupação cresce quando acompanhei, através da imprensa, o
pronunciamento do Sr. Secretário Dr. Zimermann. Ele disse que a tentativa de
fuga e a morte do funcionário faz parte da realidade de violência do País. Com
esse tipo de generalidade, seguramente não se construirão soluções e avanços
capazes de garantir um melhor atendimento na FEBEM. A própria Presidenta da
FEBEM diz que acha que houve falha, no momento da rebelião, no que se refere à
guarda externa. Os próprios membros do Governo que atuam no setor demonstram a
sua dificuldade e a carência de uma política para enfrentar essa questão.
Enquanto
os funcionários da FEBEM faziam manifestações públicas na defesa de sua
segurança, nós ouvíamos, de uma forma bizarra, numa Sessão desta Casa, do
Prefeito e do Vice-Prefeito, os elogios à política da sua gestão, que é a mesma
da gestão do Governo do Estado, em relação à defesa da criança e do
adolescente.
Para
concluir, eu queria fazer um encaminhamento no sentido de que esta Casa,
através da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Educação, participasse
de uma negociação, garantisse a presença dos Vereadores na FEBEM, para que a
instituição possa ter efetivamente uma política diferente, que garanta o
atendimento das crianças e adolescentes, mas garanta a segurança dos
trabalhadores que lá estão. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, até
quando nós vamos conviver com uma série de leis penais que brincam, que
castigam e que perseguem a sociedade e os trabalhadores? Até quando nós vamos
assistir aos bandidos, praticamente vimos na televisão, com munição traçante,
desafiarem a própria polícia do Rio de Janeiro? Até quando nós vamos presenciar
e aturar isso, do lado da sociedade pior, da sociedade castigada a ponto de o
Presidente da ASDEP, Delegado Weber, pretender fazer um movimento de
resistência de várias organizações da polícia do Brasil inteiro para poder
resistir ao crime? Até quando?
O
que está errado são as leis penais, é o Estatuto da Criança e do Adolescente,
contra o qual eu tenho-me batido desde junho de 1990, quando esse malfadado
Presidente Collor sancionou essa lei. Até quando a polícia vai ficar detida e
soterrada, inerte, praticamente imobilizada diante da bandidagem? Sabem os
senhores o que está acontecendo? É muito simples: quem está matando, quem
está-se sublevando, quem está-se levantando e exigindo, como se fossem bandidos
experimentados, como se “Melaras” do Rio Grande? São jovens de 20, 21 anos, são
maiores de idade que estão detidos por esse ECA, esse ECA malfadado, cuja parte
infracional, é completamente incompetente, fabricada e feita por indivíduos de
gabinete. Esses maiores de idade são tidos como menores, são bandidos
profissionais. Mataram o Luís Fernando da Silva Borges e fica por isso mesmo. O
que vai acontecer com eles? Nada, com o ECA não acontece nada! O menor está
infernizando o País, o menor e a droga é um binário malfadado e perverso que
aterroriza o País. E, os senhores do PT defendem o ECA. Os senhores são
completamente desavisados.
O
ECA na sua parte infracional está totalmente errado. Como é que se pode julgar
um jovem que mata com 17 anos e vai cumprir toda a pena dentro da FEBEM? É o
que acontece, 1500 rapazes são misturados entre os de idade de 20, 21 anos com
jovens de 14, 15 anos. V. Exas. podem entender uma coisa dessas? Junto com a
droga? É um binário malfadado, perverso que está matando operários. Não está
matando a sociedade mais provida, não. Está matando os operários, que morrem
como se fossem moscas, morrem assaltados, morrem em ônibus, morrem em bodegas,
em farmácias, em lares de bairros pobres, enquanto V. Exas. de braços cruzados
defendem o ECA. O que é que V. Exas. têm a me dizer, oh, PTs? Defendem o ECA na
parte infracional, exibindo a sociedade, expondo-a a toda sorte de crimes. Isso
não acaba mais, V. Exas. são os responsáveis, o PT é o responsável pelo ECA.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Juarez Pinheiro, no exercício da
Presidência desta Casa, Senhores Vereadores e Senhoras Vereadoras, Senhoras e
Senhores. Nós presenciamos, hoje, nesta Casa, um dos momentos mais difíceis por
que pode passar um Vereador.
O
nosso querido amigo Ver. Elói Guimarães, depois de vinte anos dentro de um
partido, por não concordar com as linhas deste, resolveu tornar-se
independente.
Sabe,
Ver. Elói Guimarães, chegou um momento em minha vida que, dentro do PMDB -
comecei lá no MDB antigo - tive também de fazer uma nova opção.
Para
mim que tinha ajudado o MDB a trilhar o seu caminho foi um momento que doeu
muito quando tive que optar por deixar aquele Partido para poder começar a
caminhar em uma nova sigla.
O
PTB do Sérgio Zambiazi me ofereceu guarida. Eu acredito que para nós, que somos
trabalhistas, que pregamos que a sociedade deve ser melhorada, mas não com
confrontos, não com sangue derramado. Nós, trabalhistas, Ver. Elói Guimarães,
que pregamos que a sociedade pode, sim, se entender, que podemos fazer com que
as diversas correntes sociais caminhem, todas elas, vitoriosas; nós, que
defendemos esse tipo de ideologia, dificilmente, Ver. Elói Guimarães, podemos
encontrar, em qualquer outro tipo de ideologia, um lugar tranqüilo onde
militar.
Por
isso, quando ouvi V. Exa., apressei-me em sair do Plenário para fazer um contato,
Ver. Elói Guimarães, com o grande líder trabalhista do Rio Grande do Sul,
Sérgio Zambiasi. Desse contato, eu trago, Ver. Elói, do Presidente do meu
Partido, do Presidente Sérgio Zambiasi, um convite a V. Exa. para que não deixe
o trabalhismo, para que continue a sua história de trabalhista, porque nós
pregamos, Ver. Elói Guimarães, que, num dia qualquer na história, nós
trabalhistas, estaremos abrigados sob uma mesma sigla. Eu rezo para que esse
dia chegue, o dia em que todos nós que defendemos o trabalhismo possamos estar
sob a sigla do PTB.
É
o convite que eu trago do Presidente do meu Partido, Dep. Sérgio Zambiasi, no
sentido de que V. Exa. continue a sua história dentro do trabalhismo, para que
possamos fazer essa luta juntos, Ver. Elói Guimarães. Nós, petebistas, e os
outros trabalhistas, que também têm o mesmo ideal, que acreditam que a
sociedade possa ser formada sem derramamento de sangue; nós, trabalhistas, que
trabalhamos com a verdade, Ver. Elói Guimarães, temos que, algum dia, estar sob
a mesma sigla, a do PTB. Foi uma sigla que V. Exa. aprendeu a amar com os
líderes do passado, mas tenho certeza absoluta de que nenhum petebista, hoje,
pode-se envergonhar dos seus líderes do presente, porque todos eles, Ver. Elói
Guimarães, aprenderam com os líderes do PTB do passado a defender essa
ideologia. Todos nós aprendemos a nos orgulhar do trabalhismo, e eu tenho
certeza de que essa sua trajetória de orgulho, essa sua trajetória vitoriosa,
poderá continuar ainda muito mais vitoriosa, porque V. Exa. ainda tem muito
trabalho por fazer e, seguindo o trabalhismo, V. Exa. conseguirá dar uma
contribuição muito maior do que já deu para a nossa sociedade.
Fica
o convite do Presidente Zambiasi, mas não queremos, de forma nenhuma, impedir
que V. Exa. possa pensar, que possa raciocinar no que será melhor para o seu
futuro. O convite está feito! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu
caro e prezado amigo Ver. Elói Guimarães. Não vou convidá-lo para vir ao PSB,
mas queria expressar, de forma pública, a nossa solidariedade a V. Exa., e
dizer-lhe que cada vez mais, neste final de século, está-se confirmando que,
quem sabe, os partidos não sejam definitivos em nossas vidas. O que é
definitivo em nossas vidas é aquilo que V. Exa. disse sobre os nossos
princípios, que não devem mudar.
Nós
temos a absoluta, tranqüila e serena convicção de que V. Exa. não irá afastar-se
um milímetro do campo em que tem atuado. Nisso, sim, eu faço um convite: para
que junto com outros Vereadores desta Casa comecemos a discutir uma alternativa
para o campo democrático, popular, para que se diga a esta Cidade, que, talvez,
não seja muito para lá, que, talvez, não seja muito para o outro lado, mas, a
compreensão de que nesse campo, em que muitos hoje começam a meditar, estariam
os grandes desafios para o novo milênio que chega. Este debate e esta proposta,
ficaríamos muito gratificados se conseguíssemos fazer junto com V. Exa. e
outros companheiros, não interessando o seu veio político.
Alguns
pensam, sim, que não existem verdades verdadeiras e definitivas, que a verdade
está em cada uma cabeça. E dizendo isso, Vereador, queria dizer ao
Vereador-Coronel, que se o ECA tivesse sido cumprido, talvez, não tivesse
acontecido o que aconteceu. Mais uma vez eu vou dizer aqui - e olha que o meu
partido está no Governo do Estado -: ou se passa a patrola em cima daquela
estrutura arcaica e vencida da FEBEM ou aquilo não tem solução. É importante
que se discuta a pedagogia e a metodologia no trato com o adolescente, mas não
podemos ficar omissos em fazer aquilo que deve ser feito, principalmente, nas
questões elementares do ECA. Questões elementares que são: na reincidência da
infração, tirar os garotos dali; para os menores, adolescentes comprometidos,
terem casas com celas separadas, individuais, porque senão a tendência sempre é
fazer depósito e é isso que o ECA diz. E é isso que deve ser cumprido, ou
teremos como o que aconteceu - uma lástima - no último sábado.
Era isso que eu queria dizer aos Srs. Vereadores e a minha solidariedade, novamente, ao Ver. Elói Guimarães. Conte conosco com aquilo que pudermos, porque esta Casa tem muito orgulho de V. Exa. pertencer a ela. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
pronunciamento do Ver. Elói Guimarães, nesta tarde, traz a lume uma questão que
está permeando as Câmaras de Vereadores, as Assembléias Legislativas e todo o
Parlamento Nacional: a insatisfação, a inconformidade dos atuais detentores de
mandatos seletivos de permanecerem em suas agremiações. Não há sequer uma
agremiação que não tenha dado motivos de preocupação, de angústias aos seus
filiados. Por força das circunstâncias, como Presidente Regional de um Partido
Popular Progressista, sou assediado, diariamente, com telefonemas de todas as
partes do estado, dando conta dessa insatisfação. E é impressionante o número
de Vereadores que querem mudar de partido.
O
que isso significa? Que há uma necessidade urgente de ser revisado o sistema
partidário, mas não é através de lei de cima para baixo, é através de um
processo de renovação dos quadros partidários de dentro para fora, de baixo
para cima. E aí nos defrontamos com um problema seríssimo: a falta de
democracia nos partidos que hoje ocupam o cenário deste País. As fórmulas já vêm
decididas de cima para baixo. Não há possibilidade de discussão interna. Não se
dá essa oportunidade a centenas, aos milhares de cidadãos que querem se filiar
e discutir política. São tratados como se fossem números, apêndices da vontade
dos donos do partido.
Felizmente
o PPS tem adotado uma conduta diferente. Nas nossas comissões provisórias
municipais deixamos a critério de cada uma delas o encaminhamento de suas
questões locais, inclusive com a formação de associações partidárias. Não nos
importa a procedência político-partidária do cidadão. Já cometemos esse
equívoco anteriormente, de sermos os sensores de quem queria se associar ao
partido. No momento e no estágio em que se encontra a sociedade, não há a
possibilidade de o cidadão participar, pois há um estatuto partidário a ser
observado. E é por ali que deve transitar a atuação de cada cidadão.
A
atitude do Ver. Elói Guimarães nos comove, porque é uma ruptura psicológica que
se dá no indivíduo que sai de um determinado partido, como no caso dele, durante
mais de vinte anos, para se desligar e dizer publicamente que não está conforme
às diretrizes adotadas pela sua agremiação. Também já passei por isso, mas o
meu salto foi para adiante, e é isso que peço ao Ver. Elói Guimarães que avalie
bem. Ele tem uma longa história, uma trajetória de lutas partidárias no campo
popular, democrático, progressista. Ele tem que, agora, avaliar muito bem o
passo que vai dar, para que não comprometa toda essa história belíssima, de um
Vereador de Porto Alegre, da Capital do Estado, uma Cidade politizada, berço do
trabalhismo. É isso que precisa ser bem avaliado.
Avalio
a condição de ruptura que se deu com o Ver. Elói Guimarães. Lamento que ele
tenha sido levado a esse extremo, mas também o entendo, só peço que ele reflita
muito bem para o passo que vai dar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença do nobre Ver. João
Luiz Vargas, sinta-se em casa.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com
grande impacto que ouvimos o Ver. Elói Guimarães. Pelos sentimentos de
solidariedade e carinho que temos com o Ver. Isaac Ainhorn, queremos dizer que,
para qualquer partido, a saída do Ver. Elói Guimarães é uma perda que não se
preenche com muita facilidade. Quem dera, inclusive o meu Partido, contasse com
pessoas que tivessem a envergadura política e o senso de humanidade do Ver.
Elói Guimarães. Essa é a homenagem que presto a meu colega.
Gostaria
de falar sobre uma coisa talvez muito sólida e, às vezes, abstrata, é o chamado
auto-elogio. Goebbels, o famigerado comunicólogo da cúpula Hitlerista, garantia
que uma mentira tantas vezes repetida passa a ser verdade. Essa máxima é a
prática do populismo demagógico que toma à força qualquer marcha que mesmo de
longe possa lhe trazer certos dividendos. Em qualquer lugar que estejam,
funciona a cartilha monocórdia e didática de profundos ganhos eleitorais
secundários a uma adesão a movimentos sociais, especialmente aos menos
assistidos politicamente. Há sempre um subinteresse político, repetem à
exaustão, o uso de um jargão que é repassado, sem que se apercebam da denúncia
que ele faz de ser um movimento, um braço administrativo uníssono e medíocre a
toda instituição que avassaladoramente é tomada por esse populismo demagógico.
Aproveitam cada espaço, por mínimo que seja, para o auto-elogio, como se todas
as benesses deste pequeno Planeta fossem providenciadas pelo seu partido, seja
no passado, no presente ou no futuro. Só há vida inteligente dentro do seu
partido, os outros, qualquer que seja a origem de outrem, não tem mérito, não
tem programas sociais, não são portadores de um sentimento de solidariedade. O
insucesso dos outros, por outro lado, é sempre um motivo de faturamento
político. Só eles são impolutos e transparentes. Quando a Câmara completou 226
anos, pouco ou nada ouviu-se a respeito da bela história do seu trabalho. Foi,
antes de tudo, o auto-elogio e a autolouvação que predominou.
Pergunta-se
à Presidência da Câmara: por que insistir em realizar atos que aproximem
Legislativo e Executivo, se há uma nítida aversão por parte do Executivo em
tantos depoimentos, inclusive na imprensa internacional, discriminando,
diminuindo, desprezando, referindo-se de modo pejorativo aos Vereadores que
trabalham aqui?
Esta
Casa, ao fazer uma Sessão conjunta com o Executivo, tentou artificialmente
eliminar o rechaço, a idiossincrasia, a democracia representativa e a reiterada
autopromoção, como aparece nos ônibus da Carris “A melhor empresa do mundo”.
Pobre Carris que não consegue nem negociar bilateralmente com os seus
funcionários. Quem sabe o auto-elogio não esteja no próximo aniversário da
Câmara. Quem sabe, no ano que vem, comemoremos junto com o povo o nosso aniversário
e que pelo menos predomine as alusões a sua brilhante história, a sua
representação, sem proselitismo de ocasião pessoais e ideológicos, demagógicos
e mentirosos, sem o auto-elogio ridículo e, em certos momentos da história,
extremamente eficientes. Quem sabe, no ano que vem, a tolerância crítica, o
respeito e a boa vizinhança de poderes, permitam a convivência mais fraterna e
menos oportunista.
Ford,
Restinga, Extrema, invasão da Assembléia, Cartilha do Piratini, Expointer,
Arroio Dilúvio, Rua do Foguinho, “azuizinhos”, alagamentos, modo petista de
fazer administração e política que tem assustado os gaúchos, profundamente
arrependidos do voto que o levaram ao Piratini. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra, para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não
posso, falando em nome do Partido da Frente Liberal, fugir da temática que se
assenhorou da nossa Sessão Ordinária do dia de hoje.
Quero,
desde logo, deixar claro que não vou-me dirigir ao Ver. Elói Guimarães da
tribuna e, sim, ao meu amigo Elói Guimarães, que eu conheci há muito tempo como
servidor do Município, servidor da Secretaria Municipal de Indústria e
Comércio, da Divisão de Licenciamento e controle, quando ainda não havia
concluído o seu curso de Direito, que o fazia à noite, com as dificuldades
pertinentes a esta situação, que só é inteligível por parte daqueles que já a
viveram. Como os demais companheiros, eu avalio o drama existencial do Ver.
Elói Guimarães, porque uma ruptura com a grei política a que ele se vinculava
há tanto tempo, certamente haverá de estar ocasionando algumas reflexões
vivenciadas por alguns, com maior ou menor intensidade, cujas conseqüências
psicológicas são muito plausíveis de serem avaliadas por quem vive a vida
política desta Cidade. Não ousaria repetir, na tribuna, o que disse,
pessoalmente, ao Ver. Elói Guimarães, porque o fiz dentro de uma linha de
relacionamento pessoal que me permite fazer as colocações que havia feito.
Encarando
o Ver. Hélio Corbellini, sinto inspiração para repetir uma colocação que a seu
respeito, Ver. Hélio, fiz há algum tempo, quando V. Exa. se tornou independente
na Casa, e quando fui consultado por um jornalista sobre qual a posição que
nós, do PFL, assumíamos diante do fato que todas as legendas da Casa tinham
sido oferecidas a V. Exa. Na ocasião, disse que jamais o constrangeria
oferecendo uma legenda, porque conhecia os seus pontos de vista, sabia das suas
convicções socialistas e que, certamente, abrir a legenda de um partido liberal
para um socialista seria um constrangimento recíproco: primeiro, porque
diminuiria o partido que oferece ou transformaria em uma daquelas entidades
que, na ânsia de crescer, não cogitam quem convidam para ingressar nas suas
fileiras e, de outro, constrangeria V. Exa. na medida em que sabia que não era
esse o caminho que V. Exa. havia-se estabelecido.
Poderia,
perfeitamente bem, restabelecer esta linha de colocação ao Ver. Elói Guimarães,
mas nem tanto farei porque quero, nesta hora, me dirigir ao homem, ao ser
humano que está vivendo estes momentos sabidamente desconfortáveis, em que
novos horizontes precisam ser estabelecidos e que uma carreira política
brilhante, de um autêntico líder, como é o Ver. Elói Guimarães, pode até - por
que não? - sofrer algum tipo de ruptura, algum tipo de interrupção em função
deste gesto que, sabidamente, foi pensado por parte do Ver. Elói Guimarães. Não
posso-me furtar de fazer uma colocação que entendo. ser oportuna.
O
Ver. Lauro Hagemann fez um manifesto a respeito da chamada ditadura dos
partidos, isto é, daquelas cúpulas que asfixiam a movimentação partidária mais
livremente exposta, de pessoas que, com muita freqüência, sem ferir a linha
partidária por contrariar determinados interesses momentâneos, acabam
conflitando nos seus respectivos partidos.
Penso
que a democracia brasileira que tem tido, ao longo desse tempo todo, muitos
tropeços: Estado Novo; reorganização nacional, Revolução de Março; todas essas
interrupções, ainda precisa ser mais maturada nesse particular. Precisa que os
partidos decidam, sozinhos, serem partidos democráticos. Hoje, os partidos são
o que as suas leis orgânicas determinam. Desejo assinalar que vejo profundas
evoluções no meu Partido, que se antecipou a disposições da lei eleitoral,
estabelecendo alguns mecanismos mais consentâneos com os tempos atuais para a
sua organização interna e que, ainda assim, está longe de ser aquilo que eu
entendo ser um verdadeiro partido, mas já está consagrando alguns princípios
que são um encaminhamento e que não podem, de forma nenhuma, estabelecer que
nós estejamos conformes com o que já conquistamos.
Os
partidos políticos têm que ser verdadeiras escolas de democracia, e não uma
prisão para os seus integrantes. Se o gesto dolorido do Ver. Elói Guimarães
representa uma libertação ou a entrada num descaminho complicado, só a sua
consciência irá deliberar. Quanto a mim, como seu colega, seu amigo pessoal,
estendo meu abraço de solidariedade não ao político, mas ao cidadão, ao amigo
particular, à pessoa com quem eu convivo há vinte anos, dizendo que eu não
estou aqui para oferecer o caminho que ele tem que percorrer, porque esse a sua
consciência vai determinar.
Ver.
Nereu D’Ávila, V. Exa. que é um homem inteligente, competente e experimentado
sabe que nem todos os caminhos são para todos os caminhantes. O Ver. Elói
Guimarães, inteligente como é, certamente saberá encontrar o seu caminho. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para fazer uma Comunicação de Líder, pelo Partido dos Trabalhadores.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e demais
pessoas que acompanham a Sessão, assim como todos, também fomos surpreendidos
pela decisão do Ver. Elói Guimarães, e queremos dizer a S. Exa. que num momento
como este o que podemos fazer é respeitar a sua decisão e dizer que vemos nele
um dos mais importantes Vereadores desta Casa, pela história, pela postura,
pelas posições, por suas manifestações. E é o Presidente das CCJ, onde
participo juntamente com os Vereadores Cyro Martini e Juarez Pinheiro. Enfim,
respeitamos a decisão de S. Exa. e esperamos manter a excelente relação que
temos tido até agora. Tenho certeza de que assim ocorrerá.
Penso,
muitas vezes, em usar a palavra mentira, dizer que alguém está mentindo. Mas
como, repetidamente, o Ver. Cláudio Sebenelo a usa, eu aqui vou dizer que quem
mente é ele! Quem usa a tática de Goebbels é ele! E agora, o último fato
ocorrido, na segunda-feira, na presença do Sr. Prefeito: o Sr. Prefeito já
havia vindo, na sexta-feira anterior, a esta Casa, pela manhã, na abertura da
Semana da Câmara; fez todo um histórico da Câmara, parabenizou a Câmara e o
Vereador que não estava - aliás, muito ausente dessa atividade da Câmara -, vem
dizer que o Prefeito não elogia a Câmara. Na segunda-feira que passou o
Prefeito e o Vice-Prefeito foram, por maioria, convidados por esta Câmara para
explicarem o prêmio que a Prefeitura havia ganho da ABRINQ e da UNICEF, e o Sr.
Prefeito, no final da sua fala, mesmo sem estar em pauta, terminou dizendo que
cumprimentava a Câmara de Vereadores pelos seus 226 anos. O Vereador não
estava, mais uma vez, chega sempre atrasado, e vem aqui mentir de novo dizendo
que o Prefeito - aliás, já havia mentindo na segunda-feira - não havia
parabenizado a Câmara. É lamentável. Aliás, o Prefeito Raul Pont é um dos
prefeitos que mais tem vindo a esta Câmara. O que o Prefeito não faz, não é do
seu feitio, é bater nas costas, sorriso gratuito, mas ele vem aqui. Que fique
muito claro isso. Os prêmios que a Prefeitura ganha são prêmios da Cidade, e
todos nós deveríamos ficar contentes, mas irrita uma parte da oposição. Sei que
não são todos, mas irritou uma parte da oposição desta Casa. E a oposição vai
ficar irritada de novo, porque o Diário Oficial, de hoje, traz outro prêmio
para a Prefeitura de Porto Alegre. É um prêmio para todos os munícipes, para
todos os porto-alegrenses que têm que ficar contentes, mas sei que alguns ficam
muito irritados com isso, entre eles o Ver. Cláudio Sebenelo. O Atlas Ambiental
ganha mais um prêmio. Trabalho desenvolvido entre a Prefeitura e Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
A
questão do emprego, da Ford, os Senhores notaram como a CPI da Assembléia Legislativa
está esquecida. Por quê? Cada vez mais fica claro. O Jornal Folha de São Paulo,
de domingo, traz uma matéria acerca do estudo realizado pelo Professor Luiz
Miranda, Chefe do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, e que não é petista, mas é homem sério e conhecido. O Professor,
estudando todos os documentos, descobriu que dos setecentos e tantos milhões
que seria o investimento da Ford, sessenta por cento iria para São Paulo. Olha
só que coisa engraçada.
O
Professor também determina, e isso é estudo do BNDES, que para cada emprego
direto, que seriam mil e quinhentos, outros vinte empregos são gerados pela
indústria de automóvel, diretos e indiretos, portanto mil e quinhentos dariam
trinta mil. Como sessenta por cento do investimento iria para fora do Estado,
então dezoito mil desses empregos seriam para fora do Estado do Rio Grande do
Sul.
Acaba
toda aquela balela, aí sim o método de Goebbels, do Partido do Ver. Cláudio
Sebenelo e outros, de que a Ford ia gerar cem mil empregos, duzentos mil
empregos. Eram esses os números que se jogavam. Chega de inverdades. Tem que
trazer documentos. E esse é documento quente. Esse trabalho já estava publicado
pelo jornal, nesse domingo, de forma extensa. Ver. João Carlos Nedel, traga
prova de quantos empregos seriam gerados. Isso é uma piada. Da mesma forma
Vereador, nós estamos aqui abertos, inclusive com a presença da Presidente da
Carris. Porque aqui há uma tática: qualquer denúncia que chega e sem qualquer
comprovação vira verdade. Esta é a tática do Goebbels.
O
Ver. Luiz Braz também gosta dessa. Vira verdade. O problema da Carris foi
exatamente o mesmo problema do Hospital Conceição, do Hospital de Clínicas,
porque havia uma dúvida, depois da Constituição de 88, se as empresas poderiam
ou não nomear sem concurso. As empresas fizeram a mesma coisa, e o Presidente
da Carris, que não quis demitir; está, hoje, sendo punido pelo Tribunal de
Contas. que está cobrando seiscentos mil, porque não quis punir. Embora
imediatamente tenha aberto concurso, e mesmo assim aqueles que não passaram no
concurso ainda permaneceram na Carris, diferente do Hospital de Clínicas, que
logo depois do concurso os que não passaram foram colocados para a rua. E aí
como é que falam? Exatamente os Partidos deles que dirigiam esses Hospitais.
Chega de cinismo e de mentira, que é uma prática do Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. PRESIDENTE: Senhores e Senhoras Vereadoras, foi
apregoado um Requerimento para que
entrássemos na Ordem do Dia, porque não podemos esquecer que temos, até por
dispositivo legal votado por nós, a votação do Plano Diretor. É bom que não
esqueçamos dessa votação, da alteração regimental.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de
Ordem): Quando se fala
em mentira do populismo demagógico, falo genericamente; eu não falei para
pessoas. Eu falei em tese. Como tem sido usada de todas as formas aqui. Agora,
diretamente, a uma pessoa não só é falta de decoro, mas mais do que isso, eu
lamento que a Mesa tenha-se omitido em não ter dito nada sobre essa frase final
do Ver. Guilherme Barbosa, Líder do PT. Parece-me que isso, assim, não cabe
como decoro Parlamentar; principalmente, quando houver ferimento do decoro
Parlamentar em individualização, parece-me fundamental a reação da Mesa.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, V. Exa. não pode
regimentalmente censurar a Mesa, Vereador, porque a Mesa não é preceptora, eu
não sou um corregedor, eu sou um Presidente. Então, a mim tanto no discurso de
V. Exa., como no discurso do Ver. Luiz Braz, no discurso do Ver. Guilherme
Barbosa, ou qualquer discurso mesmo que haja ofensas, tem que fazer como foi
feito pelo PT em relação ao Ver. Luiz Braz: tem que colocar num papel e ver se
há ou não há decoro Parlamentar.
Então,
V. Exa. me perdoe V. Exa. está cometendo uma injustiça com a Mesa, porque a
Mesa jamais vai fazer isso em relação a V. Exa., ou a qualquer Vereador. Se V.
Exa. se sentiu ofendido, coloque no papel e indague à Procuradoria ou a quem de
direito, se houve ou não ofensa. Agora V. Exa. acusa a Mesa de que ela deve
chamar atenção do orador, eu jamais fiz isso com quem quer que seja, essa não é
minha função. A função do Presidente, que está no Regimento, é presidir. O Ver.
João Dib está cansado de dizer que Presidente tem que presidir. Desculpe-me,
Vereador. V. Exa. foi injusto com a Mesa, porque eu não farei isso para
Vereador nenhum, nem para V. Exa. Agora, se o Vereador se excede, é problema
dele.
(Colocação
anti-regimental do Ver. Cláudio Sebenelo.)
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. está sendo desrespeitoso,
Vereador. Eu tenho por norma ser gentil, sempre, com os meus colegas Eu até
lamento por parte de V. Exa., essa atitude. V. Exa. fica magoado com o que é
dito na tribuna e descarrega na Mesa.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, no sentido de que
se adentre imediatamente na Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Havendo
quórum, passamos à
VOTAÇÃO
(encaminhamento
dos Destaques: autor do destaque e autor da proposição (sendo o mesmo autor,
encaminhamento único)/02 Vereadores contrários/02 Vereadores favoráveis/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3442/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/97,
que dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre,
institui o 2º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre
e dá outras providências.
Com
Mensagem Retificativa nº 01 e Mensagem Retificativa nº 02, com Subemendas nº 01
às seguintes alterações: 1ª, 3ª, 4ª, 10ª, 35ª, 49ª, 52ª, 56ª, 58ª e 59ª; e nº
02 à alteração: 3ª; Emendas ao Projeto: nºs 01 a 06; 07, com Subemenda nº 01;
14 e 15; 16, com Subemenda nº 01; 17 a 21; 22, com Subemenda nº 01; 24 a 27; 28, com Subemenda nº 01; 29, com
Subemenda nº 01; 30, com Subemenda nº 01; 31, com Subemenda nº 01; 32, com
Subemenda nº 01; 33 a 37; 38, com Subemendas nºs 01 e 02; 39 e 40; 41, com
Subemenda nº 01; 42 e 43; 44, com Subemenda nº 01; 45 a 49; 50, com Subemendas
nºs 01 e 02; 51 a 58; 59, com Subemenda nº 01; 60 a 69; 70, com Subemendas nºs
01 e 02; 71, com Subemenda nº 01; 72 a 76; 77, com Subemenda nº 01; 78 a 89;
90, com Subemendas nºs 01 a 04; 91; 92, com Subemendas nºs 01 e 02; 93 e 94;
95, com Subemendas nº 01 e 02; 96 a 98;
99, com Subemendas nºs 01 e 02; 100 a 107; 108, com Subemendas nºs 01 a 03; 109
a 116; 117, com Subemenda nº 01; 118 a 120; 121, com Subemenda nº 01; 122; 123,
com Subemenda nº 01; 124 a 141; 142, com Subemenda nº 01; 143 a 148; 149, com
Subemendas nºs 01 e 02; 150 a 160; 161, com Subemenda nº 01; 162 a 166; 167,
com Subemenda nº 01; 168; 169, com Subemendas nºs 01 e 02; 170, com Subemenda
nº 01; 171 a 176; 177, com Subemenda
nº 01; 178 a 182; 183, com Subemendas
nºs 01 e 02; 184 a 191; 192,
com Subemendas nºs
01 e 02; 193, com Subemenda
nº 01; 194; 195, com Subemendas nº 01 e 02; 196; 197, com
Subemenda nº 01; 198 e 199; 200,
com Subemenda nº 01; 201, com
Subemenda nº 01; 202; 203, com
Subemenda nº 01;
204 a 207; 208, com Subemenda
nº 01; 209; 210, com Subemendas nºs 01 e 02; 211 e 212; 213,
com Subemendas nºs 01 e 02; 214 a 217; 218, com Subemenda nº 01; 219, com
Subemenda nº 01; 220 a 230; 231, com Subemenda nº 01; 232 a 235; 236, com
Subemenda nº 01; 237, com Subemendas nºs 01 a 03; 238; 239, com Subemenda nº
01; 240 a 256; 257, com Subemendas nºs 01 a 03; 258 a 265; 266, com Subemenda
nº 01; 267, com Subemenda nº 01; 268 e 269; 270, com Subemenda nº 01; 271 a
277; 278, com Subemenda nº 01; 279, com Subemenda nº 01; 280, com Subemenda nº
01; 281, com Subemenda nº 01; 282, com Subemenda nº 01; 283, com Subemenda nº
01; 284, com Subemenda nº 01; 285, com Subemenda nº 01; 286; 287, com Subemenda
nº 01; 288 a 290; 291, com Subemenda nº 01; 292; 293, com Subemenda nº 01; 294; 295, com Subemenda nº 01; 296, com
Subemenda nº 01; 297, com Subemendas nºs 01 e 02; 298; 299, com Subemenda nº
01; 300 a 304; 305, com Subemenda nº 01; 306; 307, com Subemenda nº 01; 308 a
311; 312, com Subemenda nº 01; 313 a 320; 321, com Subemenda nº 01; 322 a 325;
326, com Subemenda nº 01; 327; 328, com Subemenda nº 01; 329, com Subemendas
nºs 01 a 03 ; 330 a 341; 342, com Subemenda nº 01; 343, com Subemenda nº 01;
344; 345, com Subemenda nº 01; 346, com Subemenda nº 01; 347 a 350; 351, com
Subemenda nº 01; 352 a 364; 365, com Subemendas nºs 01 a 03; 366; 367 a 372.
Relatórios:
- da Comissão Especial: Relator Sistematizador Ver. Lauro Hagemann: pela
aprovação do Projeto, da Mensagem Retificativa nº 01 e da Mensagem Retificativa
nº 02, com Subemendas; pela aprovação e rejeição das Emendas e Subemendas, ao
Projeto, nos termos dos Pareceres.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM;
- rito especial
estabelecido pelas Resoluções nºs 1380/98 e 1420/99;
- retiradas as Emendas nºs
08, 09, 10, 11, 12, 13 e 23;
- em 30.08.99, foram
votados e aprovados o Projeto, com ressalva dos Destaques, e as Emendas com
Parecer favorável e não-destacadas;
- em 01.09.99, foram votados os Destaques ao Projeto e Emenda nº 22, com Subemenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Para um requerimento, tem a palavra o
Ver. João Motta.
O SR. JOÃO MOTTA (Requerimento): É um requerimento quanto à ordem de
votação: a sugestão é para que as Emendas a serem votadas sejam as destacadas
relativas à área rural da parte 1. Com isso manteríamos a ordem, iniciando pela
parte 1 e debateríamos aquelas Emendas que são mais importantes nesta primeira
parte. A partir da Emenda 346, art. 17. É esse o Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: O início da votação seria pelas Emendas
destacadas relativas à área rural.
Tem
a palavra o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu pediria que V. Exa.,
se fosse possível, suspendesse por trinta segundos a Sessão para que pudéssemos
nos entender com o Ver. João Motta.
O SR. PRESIDENTE: Pois não, Vereador. Quanto mais consenso
houver sobre o que iremos votar, para a Mesa é o melhor.
De
qualquer modo, está com os Vereadores a matéria, que são as Emendas destacadas
relativas à área rural, a partir do art. 17.
Srs.
Vereadores, vamos suspender a Sessão por alguns minutos para ver se chegamos a
um entendimento.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h01min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h09min): Estão reabertos os trabalhos.
Segundo
informações que chegam à Mesa, está havendo um acordo para que iniciemos a
votação pelas Emendas sem Parecer de Lideranças, que seriam as Emendas
primeira, segunda e terceira. A primeira é a Subemenda de nº 03 à Emenda de nº
329 de autoria do Ver. João Dib, depois a Emenda nº 368, de autoria do Ver.
Guilherme Barbosa e a Emenda de nº 370 de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.
Estas seriam Emendas ou Subemendas de Lideranças que segundo acordo por nós
firmado puderam entrar após o prazo normal da Comissão Especial.
A
Subemenda de nº 3 à Emenda de nº 329 de autoria do Ver. João Dib diz o
seguinte: “incluir no anexo 7.1 novo Código, instituindo altura máxima de vinte
e sete metros para as UEUs, situadas na Zona Sul, com altura de trinta e três
metros, corrigindo como decorrência o anexo 1.2.
Está
em votação essa Subemenda de nº 3 à Emenda de nº 329.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu solicito a V. Exa.
que, por favor, sejam feitas as leituras das Emendas que serão votadas, já que
elas estão destacadas, para que todo o Plenário possa saber, exatamente, o que
está sendo votado.
O SR. PRESIDENTE: O que será votado, inicialmente, são três
Emendas de Liderança, Vereador. Uma é a Subemenda nº 3 à Emenda nº 329, de
autoria do Ver. João Dib; a segunda é a Emenda nº 368, de autoria do Ver.
Guilherme Barbosa, e a terceira é a Emenda nº 370, de autoria do Ver. Reginaldo
Pujol. Em princípio, a Mesa foi informada de que essas seriam as Emendas de
Liderança a serem inicialmente votadas.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, eu acho que deveríamos
definir a ordem de votação, porque na semana passada ocorreram alterações.
Essas Emendas vão ser votadas nessa ordem?
O SR. PRESIDENTE: Sim. V. Exa. tem aí as Emendas de
Lideranças sem Parecer. Seriam votadas as três primeiras.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: No caso de mais alguma ser votada, vai ser
a quarta nessa ordem? Eu volto a insistir, Sr. Presidente, porque na semana
passada aconteceu um episódio inusitado: não estaria a Emenda que
posteriormente foi votada. Essa é a minha preocupação. Por isso, gostaria que
os critérios ficassem bem claros para não haver problemas.
O SR. PRESIDENTE: Infelizmente o que está acontecendo é que
não está havendo uma ordem natural. Sexta-feira foi colocada uma matéria, até
houve discussões se deveria ser votada ou não, e foi votada.
Hoje
eu recebo a informação de que seriam estas três, em princípio.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: A minha preocupação, Sr. Presidente, é o
“em princípio”. Daqui a pouco vão ocorrer alterações. Acho que nós poderíamos
definir isso.
O SR. PRESIDENTE: Eu peço a V. Exa. que, como liderança, se
informe com os outros Líderes, porque a Mesa não está participando das
decisões. Em seguida teremos de nos reunir para estabelecermos uma ordem para
que não seja escolhido aleatoriamente de última hora. Eu também não estou
entendendo essa iniciativa.
O SR. JOÃO MOTTA: Só para informar ao Plenário. Da nossa
parte, Ver. Carlos Alberto Garcia, o que está acordado é o que sempre existiu,
ou seja, desde a Comissão se instituiu: parte 1, parte 2 e parte 3. Nós vamos
tentar manter essa ordem.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: V. Exa. poderia me explicar por que foi
votada a Emenda nº 22, na semana passada?
O SR. JOÃO MOTTA: Eu explico, porque o Plenário tem a
liberdade de alterar a ordem, por voto, o Plenário é que pode fazer isso.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sim, mas de uma hora para outra, então
podemos votar?
O SR. JOÃO MOTTA: Vereador, se V. Exa. quer estabelecer o
controle sobre o conjunto do Plenário, estabeleça. Eu não vou fazê-lo.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Não, não é controle. Eu só gostaria de
saber os critérios.
O SR. JOÃO MOTTA: Mas não há critérios. É a parte 1, parte
2 e parte 3, Vereador. As exceções são determinadas pelo Plenário. É isso.
Portanto,
Sr. Presidente, no nosso entendimento, a ordem seriam as três primeiras Emendas
de Lideranças e depois se retomaria a ordem normal, que é a parte 1, parte 2 e
parte 3, até o fim.
O SR. PRESIDENTE: A única coisa que eu desejo é que os Srs.
Vereadores acordem em relação a essa questão, porque na verdade estão pinçando
matérias, por exemplo, estamos aqui fora da ordem. Em todo o caso, se o
Plenário concordar que pode ser assim, assim será.
Subemenda
nº 03, de autoria do Ver. João Dib, à Emenda nº 329. Em votação. (Lê a
Subemenda.)
A
Emenda nº 329 é também de sua autoria, Ver. João Dib?
O SR. JOÃO DIB: Não. Sr. Presidente, essa Subemenda é
fruto de um debate com a Associação dos Moradores da Zona Sul e com outras
Bancadas. Está assinada por mim, mas poderia ter sido assinada por muitos
outros Vereadores. Na verdade, como era uma Emenda de Liderança, só poderia ser
uma, então é nossa essa alteração para que as alturas máximas sejam de 27m e
33m, lá na Zona Sul.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, está sendo diminuída a altura?
É isso?
O SR. JOÃO DIB: Sim.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é
extremamente oportuna essa Emenda, que é assinada pelo Ver. João Dib, mas o
próprio Vereador declarou que ele tem a autoria, a pedido dos moradores da Zona
Sul da Cidade. Mas esta Emendas, Ver. João Dib, está coerente com a sua
trajetória de homem público, de ex-Prefeito desta Capital, que lutou muito para
que esta Cidade pudesse melhorar a sua condição de vida. Lutou muito para dar
um novo padrão de vida para a nossa sociedade e teve uma visão a respeito da
Zona Sul sempre fazendo com que aquela região pudesse desenvolver o seu
potencial turístico da melhor forma possível.
Esta
Emenda, que faz com que as alturas daquela região possam ser diminuídas de 33
para 27, estão coerentes com essa luta de V. Exa. para que aquela região possa
se manter mais saudável possível, para que o potencial turístico e de lazer que
tem que ser desenvolvido ali não seja atrapalhado por um paredão, impedindo a
qualidade de vida.
Então,
eu acredito que V. Exa., que é o autor, a pedido daqueles moradores, vem apenas
confirmar as suas qualidades como homem público que foi à frente da Prefeitura
e também na sua trajetória como Vereador desta Casa, desta Cidade, como
representante desta sociedade que, muitas vezes, em muitas Secretarias, teve
que discutir o que era melhor para que esta Capital pudesse progredir de uma
forma pacífica e calma.
Nós,
realmente, só poderíamos votar favoravelmente. A Bancada do PTB vai votar
favoravelmente.
Realmente,
esta é uma das Emendas que orgulha muito o trabalho que foi feito dentro do
Plano Diretor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Subemenda nº 03 à Emenda n º
329 aposta ao PLCE 10/97 - PDDUA. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 31 votos SIM.
Emenda
nº 368 (Lê a Emenda.) Em votação a Emenda de autoria do Ver. Guilherme Barbosa,
aposta ao PLCE nº 10/97. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 31 votos SIM.
Emenda
nº 370, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Lê a Emenda.)
Em
votação. Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, encaminho, objetivamente, com um duplo propósito.
O primeiro é para que conste nos Anais da Casa que essa Emenda que nos
convalidamos com a assinatura, como Liderança, na verdade foi articulada pelo
Ver. Hélio Corbellini, que foi quem discutiu com as comunidades esse assunto e
chegou à conclusão da oportunidade da sua apresentação. Como S. Exa. havia
esgotado a quota que a sua Bancada poderia apresentar de emendas, e nós
havíamos esgotado a quota destinada ao PFL, com a concordância do Ver. Gilberto
Batista, subscrevemos essa Emenda, que tem como objetivo incluir no art. 78 um
parágrafo 5º: (Lê.) “Incluem-se nesse cadastro as edificações existentes
destinadas a práticas religiosas, equiparando-se à habitação para efeito de
regularização ou remoção.”
Saliento aos Senhores que o art. 78, onde quer se incluir o parágrafo 5º, tem os seguintes termos: (Lê.) “As áreas especiais de interesse social serão definidas através de um processo gradativo e permanente de instituição, observando-se os seguintes procedimentos...“ Enumera os procedimentos até o parágrafo 4º, onde: (Lê.) “Fixa as áreas especiais de interesse social, 1 e 2, terão como padrões aqueles estabelecidos no respectivos cadastros”. O que nós incluímos agora é que nesse cadastro “As edificações existentes, destinadas a práticas religiosas, igrejas, templos, equiparam-se à habitação para efeito de regularização e remoção.”, isto é, se elas forem mantidas, se tratarem de uma área onde é possível a manutenção desses equipamentos, elas serão regularizadas nos mesmos padrões especiais que as habitações. Se elas não forem regularizadas no local, se forem objeto de remoção, lhes será assegurado, na nova área, condições idênticas às que serão asseguradas aos moradores daquela área, aos participantes, objeto do processo de reurbanização. Obviamente que, feita a ressalva, no sentido da autoria, que é atribuída à Bancada do PFL, quando, em verdade, nasce de uma inspiração do Ver. Hélio Corbellini, peço, tranqüilamente, o voto favorável desta Câmara, como, de resto, tem sido feito em outras matérias acordadas, por antecipação, e amadurecidas, ao logo do debate. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é
importante a Emenda que ora está sendo discutida, que dispõe sobre o
desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre. Trata-se da Emenda nº 370,
mais precisamente: (Lê.) “Incluir parágrafo 5º ao artigo 78 com a seguinte
redação: Incluem-se neste cadastro as
edificações existentes destinadas a práticas religiosas, equiparando-se à
habitação para efeito de regularização ou remoção. ” Na verdade, com
relação a esta Emenda, de autoria do Ver. Pujol, há uma iniciativa brilhante do
Ver. Corbellini, e a ela nos associamos, manifestando nossa expressão
favorável, uma vez que a matéria se refere às edificações destinadas às práticas
religiosas,. pois, na maioria das nossas vilas populares, são construídos
templos religiosos. E falo por conhecimento próprio, já que tenho acompanhado a
grande dificuldade em remover aquela casa religiosa. E aqui falamos no aspecto
geral, falamos de todas as religiões. Em cada templo, cada prática religiosa,
além do exercício espiritual que se desenvolve com aquele grupo, há também o
atendimento social à comunidade que se reúne naquele espaço.
Temos
o exemplo da Vila Cai-Cai, e posso falar porque ali tivemos um templo
evangélico, e quando essa vila foi para o loteamento na Cavalhada, o grupo que
fazia um trabalho social, até distribuindo sopa, ficou desarticulado e teve que
ser remanejado, redistribuído. O mesmo aconteceu com o Campo do Cristal. E falo
por conhecer a minha prática religiosa e as demais, tanto no trabalho religioso
quanto no assistencial.
É
brilhante a iniciativa dos Vereadores Corbellini e Pujol, e estamos
encaminhando favoravelmente no sentido de que isso vem beneficiar a nossa comunidade
no sentido geral, pois há a necessidade da escola, das creches, do lazer e
também dos templos religiosos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 370. (Após
apuração nominal.) APROVADA por 30 votos
SIM.
A SRA. SÔNIA SANTOS (Requerimento): Sr. Presidente, foi decidido que nós
iniciaríamos, agora, a votação pela Parte I do Plano Diretor e em ordem
numérica. Visto que o artigo 5º vem antes do artigo 17, nós queremos propor que
iniciássemos, primeiro, este bloco de Emendas destacadas, que vai do artigo 5º
até o artigo 30. Todas versam sobre o mesmo tema: a questão da troca de nomes “Mapa” por “Anexo”. Comecemos, então, com o artigo 5º.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. A Vera. Sônia Santos está com
a palavra para encaminhar Requerimento solicitando alteração da matéria na
Ordem do Dia.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Todas
essas Emendas versam sobre o mesmo tema, a questão da expressão “no mapa a
seguir”, que nós propúnhamos para que
fosse “para os anexos”.
Foi
votado o Projeto no dia 30, onde foi definido que seria trocada esta expressão
pela palavra “figura”. Somos pela
rejeição de todas essas Emendas e encaminhamos para que seja votado não, uma vez que foi atendida a nossa
idéia.
Nós
fizemos esta proposição em cima de um parecer da Diretoria Legislativa, porque
não poderia ser cortada, simplesmente, uma figura, sem nenhum tipo de escala,
sem nenhum tipo de orientação mais precisa, mais técnica, e que deveria ser
remetida para a parte de Anexos. Uma vez que foi colocada uma figura que dê
limite, que dê uma visualização naquele momento e, posteriormente, seja
remetida, também, aos Anexos, nós vemos que foi atendida a nossa solicitação.
Por
isso, encaminhamos no sentido de que essas Emendas, que versam sobre este tema,
sejam rejeitadas. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Os artigos são sete. Teremos de votá-los
um a um.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Votaríamos o artigo 5º,
o artigo 8º, e depois, o artigo 17, que está fora desta lista?
O SR. PRESIDENTE: Sim, é a lista em que constam todas as
Emendas da Vera. Sônia Santos e destacadas pelo Ver. Guilherme Barbosa.
O SR. REGINALDO PUJOL: Votaríamos agora os sete itens?
O SR. PRESIDENTE: Sim, e a Vera. Sônia Santos concorda que
seja votado “não”, ou seja, que permaneça a expressão “figura”. O Destaque do
Vereador servirá para ser rejeitado, já que a própria Emenda que a Vereadora
havia feito, ela explicou da tribuna que se considera satisfeita. Volta ao
estado anterior, ou seja, em vez de “mapa”, “figura”.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, já que são vários
Destaques sobre o mesmo tema, de acordo com o que explicou a Vereadora da
tribuna, pergunto a V. Exa. se não poderíamos votar toda esta matéria em bloco,
de forma simbólica, pois parece que não há contrariedades no Plenário.
O SR. PRESIDENTE: Para efeito de votação eletrônica, só
poderemos votar uma a uma. Se for votação simbólica e houver um acordo geral,
não haverá problema de se votar em bloco as sete Emendas. Se não há
discordância, votamos em bloco, simbolicamente. Todos estão cientes do que está
sendo votado?
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, a autora das proposições
destacadas concorda com o Destaque; com isso, teremos que votar “não”.
O SR. PRESIDENTE: O voto é “não”, conforme a Vereadora
pediu da tribuna. Os Vereadores que não concordam votam “não” e estará a Emenda
rejeitada.
Em
votação o Requerimento da Vera. Sônia Santos. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação as seguintes matérias destacadas, referentes ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97: as Emendas nºs 244, 246, 247, 248, 249, 251
e 252 e a expressão “e no parágrafo único do mesmo artigo, substitui a
expressão ‘mapa a seguir’ pela expressão ‘Anexo 11.2’”, constante na Emenda nº
287. Os Srs. Vereadores que não
concordam permaneçam como estão. (Pausa.) REJEITADAS,
permanecendo, por unanimidade, a expressão “figura”.
Passamos
à parte 01, que é a Emenda destacada por artigo, a partir do artigo 17, que é a
Emenda nº 346, de autoria do Ver. Hélio Corbellini e outros, destacada pela
Vera. Sônia Santos, na parte que se refere ao artigo 17, somente o inciso V,
que acrescenta novo inciso. (Lê o novo inciso.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, essa
Emenda foi aprovada pela Comissão e, agora, foi destacada. Quer dizer que quem
é a favor de que ela seja retirada do texto deve votar “não”, ou tem de votar
“sim”? Tem que votar “sim” para que ela seja retirada do texto?
O SR. PRESIDENTE: Vamos votar a Emenda, Vereador: “sim”
aprova a Emenda; “não” rejeita a Emenda.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Mas a Emenda já foi aprovada.
O SR. PRESIDENTE: Foi aprovada, mas foi retirada. Para ela
voltar, precisa ter 17 votos “sim”.
O SR. REGINALDO PUJOL: O Destaque é que tem de ser aprovado.
O SR. PRESIDENTE: O Destaque já foi deferido, Vereador. A
Emenda foi aprovada, mas com o Destaque ela está destacada, ou “no limbo”. Para
recolocá-la são necessários 17 votos “sim”.
O SR. REGINALDO PUJOL: Quem é a favor da Emenda de autoria do
Ver. Hélio Corbellini deve votar “sim”. Pronto! Está acabado!
O SR. PRESIDENTE: Sim. V. Exa. encaminhou bem. Aliás, o
voto é para que a Emenda retorne para onde ela estava aprovada.
A SRA. SÔNIA SANTOS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, fizemos um Destaque no
que se refere à parte do art. 17.
O SR. PRESIDENTE: Inciso V, não é Vereadora? Só essa
parte?
A SRA. SÔNIA SANTOS: Não.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. destacou onde foi acrescentado
um novo inciso ao art. 17.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Eu não disponho do texto aqui, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Peço que levem à Vereadora o texto, para
que ela tenha conhecimento.
V.
Exa. destacou só o inciso V, que havia sido acrescentado, era um novo inciso, e
é esse que está em litígio neste momento.
Em
votação o Destaque. A Vera. Sônia Santos está com a palavra para encaminhar
como autora do Destaque.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é de
todos conhecida minha posição em relação à celeuma da área rural. Desde o
início levantamos a nossa voz para que fosse mantida a área rural em nossa
Cidade. Este Projeto tomou rumos e encaminhou-se de tal forma que, num primeiro
momento, tivemos mantida esta área e, subitamente, por motivos sabe Deus lá
quais seriam, acabamos perdendo essa manutenção que julgamos ser tão
importante.
A
parte que consta no inciso V do artigo 17 diz o seguinte: (Lê.)
“Aplicação
de instrumentos urbanísticos e tributários com vista ao estímulo, à proteção do
patrimônio natural nas propriedades identificadas nos termos dos parágrafos 3º,
do art. 32.”
Aqui
pressupõe tributo sobre a totalidade. Tudo é cidade, tudo pode ser tributado.
Exatamente o ponto que julgávamos que não poderia acontecer. Assim, passam
várias alterações propostas pelo Vereador. Nós julgamos que esta parte deve ser
retirada do texto, por isso fizemos o Destaque. Entendemos que seria positivo
para a nossa Cidade que isso fosse retirado do texto. Encaminhamos que seja votado
“não” ao texto e seja retirada essa parte que foi destacada para que possamos
manter aquilo que entendemos ser positivo para a nossa Cidade, ou seja, uma
área rural livre de tributos. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a
palavra para encaminhar.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
gostaria de deixar claro o que se pretende tirar do texto. (Lê.)
“Aplicação
de instrumentos urbanísticos e tributários com vista ao estímulo, à proteção do
patrimônio natural...” A nossa grande questão, sempre presente nos debates, foi
de como proteger o patrimônio natural da Cidade de Porto Alegre. Não estamos
discutindo a questão rural. Depois vamos discuti-la. Não há outra forma de proteger
se, de alguma forma, não se incentivar o proprietário da área que tem lá o
patrimônio natural e não sabe o que fazer, porque o Plano não deixa. Isto faz
com que a Prefeitura crie e mande para esta Casa formas de nós garantirmos
isto, para termos aquilo que nós queremos: nosso patrimônio natural preservado
- é isto que trata este inciso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos está com a palavra.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Retorno à tribuna exatamente para tratar
do mesmo tema: patrimônio natural. Nós entendemos que faz parte do nosso
patrimônio ambiental, natural, ou o termo que for, a Zona Rural. Uma vez que se
abre uma tributação, se mantém. Quer dizer, vão tributar a área rural. Nós
estamos querendo preservar hoje, faz parte de um todo. Nós temos ali a
preservação ambiental e temos a questão rural, como é que vai ficar isto aqui?
Daqui há pouco nós estamos tributando o quê? Nós temos que ter cuidado. Uma vez
que nós abrimos esta brecha, é uma cunha. A cunha está posta, dali passam bois
e passa boiada. Este é o cuidado que nós temos que ter. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Vamos esclarecer o voto: o voto “sim”,
retornará o texto original; o voto “não”, retirará do texto, nos termos do que
propôs a Vereadora Sônia Santos.
O SR. REGINALDO PUJOL: O texto original emendado pela Emenda do
Vereador.
O SR. PRESIDENTE: Não importa se é emendado, volta o texto.
Para voltar o texto são necessários 17 Vereadores votarem “sim”.
Em
votação nominal a Emenda nº 346, destacada pela Vera. Sônia Santos, na parte
que se refere ao Inciso V do artigo 17. (Após apuração nominal.) APROVADA por 18 votos SIM, 10 votos NÃO; não houve nenhuma abstenção. Com esse resultado o novo inciso
V, no art. 17, permanece no texto, não foi retirado.
Em
votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 346 aposta ao PLCE nº 10/97. Para
encaminhar, tem a palavra o Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Sou a
favor de “incentivar a produtividade máxima, conforme cadastramento e análise
do Executivo, devendo fomentar tal atividade mediante a utilização da política
tributária municipal, utilizando, para tanto, a redução das alíquotas do IPTU,
até a eliminação do Imposto”. Sou a favor, Sr. Presidente, e quem é a favor de
que se busque a eliminação do Imposto nas áreas de atividade rural que tenham
produtividade adequada a uma área rural deve votar “sim”, porque isso garante
que o nosso Plano Diretor agasalhe esse dispositivo em seu corpo.
Então,
da tribuna estou dizendo que sou a favor de se incentivar a produtividade,
conforme cadastramento e análise, devendo fomentar tal atividade mediante a
utilização de uma política tributária municipal, utilizando, para tanto, a
redução das alíquotas do IPTU, até a sua eliminação.
Sou
a favor, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, a Subemenda de nº 1 à
Emenda 346 está modificando é a letra “d” do art. 20, que diz o seguinte:
“Incentivar a produtividade máxima conforme cadastramento e análise do
Executivo, devendo fomentar tal atividade mediante a utilização da política
tributária municipal, utilizando, para tanto, a redução das alíquotas do IPTU
até a eliminação do imposto.
Em
votação a Subemenda nº 1 à Emenda nº 346. (Após a apuração.) (Pausa.) APROVADA por 28 votos SIM. Permanece no texto o art. 20.
Emenda
nº 30, de autoria do Ver. Fernando Záchia, destacada pelo Vereador Guilherme
Barbosa e outros.
O SR. JOÃO MOTTA: Tínhamos o entendimento que era por tema.
Tínhamos entrado no outro tema; foi o Requerimento feito pela Ver. Sônia
Santos. Votamos as questões no conjunto, como preliminares, e a posteriori, nesse tema. Estamos
mudando agora?
O SR. PRESIDENTE: Não estamos mudando ainda. O problema é
que cada Vereador que vem até a Mesa e me dá uma informação, eu presumo que há
um entendimento do Plenário. Eu não tenho tomado, a rigor, nenhuma iniciativa
nas votações. V. Exas é que têm consensualizado. Vejo não haver a integralidade
da concordância em que retornássemos ao 18
depois do art. 17. O Ver. João Motta argumenta que ao invés de ser por
artigo seja por tema, e aí permaneceríamos no art. 20, porque trata também do
tema que a Emenda nº 346 e a Subemenda nº 1 já estavam tratando.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, retificamos nossa posição
em acordo à da Vera. Sônia Santos, que requer que a Emenda nº 18 seja votada.
Depois de votarmos a Emenda nº 18, retomamos o art. 20. Solicitamos que
continue a ordem sugerida pela Vera. Sônia Santos.
O SR. PRESIDENTE: Depois do art. 18, retornamos ao art. 20,
22 ou 26?
O SR. JOÃO MOTTA: Art. 26.
O SR. PRESIDENTE: Então, voltamos ao tema anterior. O art.
18 trata da Emenda nº 30, de autoria do Ver. Fernando Záchia, destacada pelo
Ver. Guilherme Barbosa e outros. Há uma Subemenda ainda à Emenda 30. Então, a
Emenda nº 30 inclui no inciso I do artigo 18 após resgate a expressão “e
manutenção” e altera a expressão “criar ou aperfeiçoar” por “criação ou
aperfeiçoamento de”. Em votação nominal a Emenda nº 30. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 2
votos SIM, 27 votos NÃO.
Srs.
Vereadores, como foi retirada do texto, a Subemenda nº 01 fica prejudicada.
Saiu do texto, não há mais texto.
Não
havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h17min.)
* * * * *